Trabalhadores de 4 municípios estão em greve Prefeitos
de Mato Grosso ameaçam os educadores das redes
municipais. Em 4 cidades, onde os trabalhadores promovem greve, os gestores públicos
ingressam, ameaçam mover ação na Justiça pedindo a ilegalidade do movimento e
cortar o ponto dos servidores. O Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público
de Mato Grosso (Sintep/MT) considera estes atos uma afronta à liberdade dos
servidores de se manifestarem e um comportamento que contraria a valorização
profissional dos educadores. Há 37 dias
em greve os trabalhadores de Sinop (500
km ao Norte da Capital) estão sendo intimidados a retornar ao serviço. Pela
imprensa o prefeito tem feito ameaças a diretores da subsede do Sintep/MT, além
da intimidação de cortar o ponto e ingressar com processo administrativo. O diretor
regional Nortão 3 do Sintep/MT Valdeir Pereira diz que desde o início da
paralisação nenhuma negociação efetiva foi feita com a categoria. Na última
semana foi ocupada a secretaria municipal de educação e não houve avanços na
pasta, que não soube informar o valor da folha de pagamento dos trabalhadores. "Ontem
ele (prefeito) chamou coletiva, ameaçou a direção do sindicato, desqualificou a
presidente pela condição de ser mulher. Mas, nenhuma proposta efetiva foi feita",
diz Valdeir.
Ontem os educadores realizaram mobilização e foram comunicados pelo prefeito,
que está proibida a utilização de energia da Prefeitura para os atos públicos. Valdeir considera a ação como uma afronta ao movimento sindical, à livre organização dos trabalhadores conforme Constituição Federal. Sexta-feira
(24) a categoria foi notificada judicialmente para que os trabalhadores retornem.
Em assembleia na segunda-feira (27) os servidores decidiram manter o movimento e
recorrer da decisão. Os
educadores da rede municipal de Curvelândia (311 km a Oeste da Capital)
completam 27 dias de greve sem nenhuma proposta da Prefeitura. A categoria
reivindica a unificação do Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS) e o piso
proporcional equivalente a R$ 1.175. O presidente da subsede Edimilson José Ferreiraconta que na sexta-feira (24) os
trabalhadores fizeram um relatório para a comissão, que foi formada para
analisar a situação da pasta da educação. No
documento os educadores apontam as irregularidades na folha de pagamento.
Porém, até o momento não houve nenhuma resposta e a categoria aguarda o
julgamento de uma ação movida pela Prefeitura que pede a ilegalidade do
movimento. "Não colocam nada no papel e não documentam. Continua o impasse da
greve e houve ameaça de corte de ponto", diz Edimilson. Em Pontal do Araguaia (512 km ao Sul da
Capital) a prefeita ameaça ingressar com ação na Justiça pedindo a
ilegalidade da greve. Há 15 dias os profissionais estão com as atividades
suspensas, mas sem avanços. Em reunião com a prefeita, o secretário de educação
e vereadores, a Prefeitura se posicionou resistente ao pagamento do piso, apesar das condições positivas para atender a reivindicação. "A
classe está firme, afirmando que se tem dinheiro quer receber, e o impasse está
criado. Ela ameaçou entrar na Justiça, mas os profissionais da educação decidiram
permanecer em greve", diz o presidente da subsede em
Barra do Garças Vitor Ten Caten.
Na sexta-feira (24) a rede municipal de educação de Confresa (1.160 km a Nordeste da Capital) teve as atividades
suspensas. Os profissionais reivindicam o cumprimento do piso salarial nacional,
melhorias em infraestrutura e condições de trabalho. Atualmente o piso pago é no
valor de R$ 890,33 para professores e R$
777,66 para funcionários. A Presidente da subsede Lucimeire Lázara diz que 90% da
categoria adere ao movimento.
A cidade tem 13 escolas municipais e 432 trabalhadores da educação. Uma
audiência entre educadores, membros da secretaria de educação e administração
foi realizada, mas sem apresentação de proposta frente à pauta. A Prefeitura
solicitou prazo até amanhã para apresentar um posicionamento. Nas 7 escolas do
campo a gestão municipal ameaça cortar o ponto dos trabalhadores, como forma de
intimidação. A última greve em Confresa ocorreu em 2009. Em reunião com
vereadores o Legislativo se comprometeu a firmar um pacto pela educação.