Manifestação foi
realizada com uma caminhada no Centro da Capital
Os trabalhadores da educação da rede
estadual de ensino de Mato Grosso tomaram as ruas de Cuiabá no 1º ato público
do movimento grevista. A participação da categoria superou as expectativas do
Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) e comprovou
a indignação com o atual governo Silval Barbosa (PMDB). Mais de 2 mil
trabalhadores ergueram as bandeiras e reforçaram a greve por tempo
indeterminado.
Dezoito caravanas do interior do Estado, junto com grupos dos municípios da
Baixada Cuiabana fortaleceram o 1º ato público da greve iniciada segunda-feira
(12). Mais de 50 municípios estiveram representados pelas regionais e subsedes
do Sintep/MT e coloriram a praça Alencastro no início da tarde desta
terça-feira (13).
Com bandeiras, faixas e protestos organizados, os trabalhadores apresentaram a
força da categoria no início do movimento grevista e prometeram a persistência
para continuar nela. Uma caminhada pelo Centro da Capital contou com apoio da
sociedade que recebeu panfletos dos trabalhadores sobre as motivações da greve.
Enquanto o governo estadual não encaminhar uma proposta satisfatória ao Sintep/MT
os trabalhadores continuarão em greve. O presidente Henrique Lopes do
Nascimento lembrou ser condição para que os trabalhadores retornem ao trabalho
a fixação de datas por escrito para atender as reivindicações da categoria.
Entre elas, está a dobra do poder de compra dos trabalhadores em um período de
até 7 anos, valorizando desta forma os profissionais.
Henrique destacou a necessidade de apresentar a data para convocação do
restante dos classificados e a abertura de vagas em concurso público. Além disso,
os problemas da não oferta da hora-atividade aos trabalhadores contratados
precisa ser mudada, segundo os educadores. A maioria dos problemas ocorre por
falta de autonomia da pasta da educação, que tem interferência de outros
setores de governo.
"Em fevereiro desse ano seria dado posse aos classificados, mas o secretário de
administração não se manifestou". Neste cenário, a não aplicação dos 35% da
educação na educação é vista com um dos grandes entraves que a categoria tem
para avançar.
Para Henrique, se a Constituição Estadual fosse respeitada os investimentos
seriam suficientes para atender a pauta de reivindicações dos trabalhadores da
rede estadual de ensino e prestar serviço de educação de qualidade à sociedade.
Greve A adesão à greve supera os 80% na
Baixada Cuiabana e os educadores retornam para casa com o dever de suspender as
atividades em todas as unidades escolares. Desde que a greve foi anunciada após
a decisão em assembleia geral no dia 5 de agosto o governo tem ignorado o
posicionamento da categoria e se negado a negociar. Os trabalhadores que
estiveram na rua hoje em Cuiabá estão com o dever de reunir os demais
educadores que se recusam a aderir à greve.
Além da pauta dos trabalhadores, que está emperrada no governo estadual desde
2012, o dossiê das escolas apresentado em maio desse ano aos órgãos públicos
não teve retorno. O governo do Estado e Assembleia Legislativa desconsideraram
o material apresentado pelo Sintep/MT onde contém denúncias de péssimas
condições de infraestrutura nas escolas da rede estadual de ensino.
Durante o ato público na praça Alencastro os educadores ainda se manifestaram
escrevendo em uma lousa. Com a pergunta: "Qual a marca do governo Silval na
educação?" os manifestantes expuseram a indignação perante a política de estado
que prioriza os incentivos fiscais ao invés do investimento concreto em
educação.
Agenda Como deliberado na assembleia geral que
deflagrou a greve, a assembleia geral Permanente é a possibilidade de
convocação para reunião a qualquer momento tendo em vista propostas de
negociações por parte do governo. Como não há expectativa inicial de negociação
com o governo, diversas ações estão sendo indicadas pela direção central para
realização de atos nos municípios. A direção marcou para o dia 26 de agosto
a 1ª assembleia da categoria após o início da greve. Ela será realizada na
Escola Estadual Presidente Médici em Cuiabá às 14h. Caso haja avanço das
negociações, as datas apontadas poderão ser antecipadas.
Até à data as subsedes do Sintep/MT irão organizar atos públicos e ocupações
nas assessorias pedagógicas espalhadas no Estado e reforçar a pauta de
reivindicações.