Panfletagem e acampamento são ações previstas para os
próximos dias
Os
trabalhadores da educação da rede estadual de ensino estabeleceram um
calendário de mobilizações de greve para os próximos dias em Mato Grosso. A
decisão deliberada em assembleia geral realizada na Capital hoje (26) tem como
objetivo pressionar o governo estadual a atender as reivindicações da
categoria. A agenda de manifestações iniciou após a assembleia com uma passeata
pelo Centro de Cuiabá, em que os educadores reafirmaram a luta por melhores
condições de trabalho.
Na quadra esportiva da Escola Estadual Presidente Médici a rede estadual de
educação discordou do posicionamento do governo estadual até o momento. O
anúncio de classificados no último concurso aquém do necessário e a falta de
comprometimento com a pauta de reivindicações da categoria, levaram os
trabalhadores mais uma vez a reafirmar a paralisação das atividades.
Mais de 90% dos educadores aderem à greve em Mato Grosso, fortalecendo o
movimento em avaliação do quadro durante a assembleia geral. Stefanie
Marcele é professora da Escola Estadual Liceu Cuiabano e compartilhou o
sentimento de luta com os colegas. "Algumas semanas estamos em greve e
devemos continuar cada vez mais fortalecidos. Nós vamos deliberar por um
acampamento e estamos a caminho da vitória, de uma educação pública de
qualidade", disse antes da realização da votação que deliberou a
continuidade do movimento paredista.
O membro da União Nacional dos Estudantes (UNE) Rarikan Heven afirma que os
estudantes estão ao lado dos trabalhadores nesta empreitada e colaborarão nas
manifestações. "Os estudantes de Mato Grosso apoiam a greve dos
profissionais da educação. Vamos engrossar esse movimento para exigir mais educação
e respeito ao nosso povo".
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) João Dourado defendeu a
livre manifestação grevista e criticou o atual posicionamento do governador.
"O governador tem dito que não conversa com quem está em greve. Isso
demonstra intransigência. Não podemos ficar refém de um modelo econômico que
prioriza o agronegócio".
Documento do governo é rejeitado
A
vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso
(Sintep/MT) Miriam Botelho leu o documento do governo que aponta um calendário
de chamamento dos classificados no último concurso e sugere a criação de um
comissão para estudar a dobra do poder de compra dos trabalhadores.
No entanto, o documento foi amplamente rejeitado. Os educadores apontaram a
tentativa de prorrogação da pauta, que há 2 anos é conhecida pelo governo
estadual. Além disso, o presidente do Sintep/MT Henrique Lopes do Nascimento
apresentou informações do lotacionograma da Secretaria de Estado de Educação
(Seduc), divulgado na última semana, que apontam para mais de 50% dos
funcionários da pasta contratados temporariamente. Existem ainda servidores de
outras pastas do governo, que recebem pela folha da educação, como consta em
relatório, sugerindo o desvio dos recursos devidos da educação.
Passeata em Cuiabá
Cerca de 1,5
mil educadores saíram em passeata da Escola Estadual Presidente Médici em direção à praça Alencastro. Os
manifestantes ocuparam as avenidas Mato Grosso, Tenente-Coronel Duarte, Getúlio
Vargas, Treze de Junho, Isaac Póvoas, Prainha retornarndo à Getúlio Vargas e
terminando o ato na praça em frente à Prefeitura.
Pela 3ª vez em 13 dias, desde que a paralisação iniciou em Mato Grosso, os
trabalhadores da rede estadual de ensino realizam passeata em Cuiabá. O
presidente do Sintep/MT reforçou a adesão da categoria à greve na Capital e
interior e afirmou que a greve persiste até que o governo atenda às
reivindicações.
Henrique lembrou do calendário de mobilizações aprovado na assembleia e
convidou todos a continuarem na luta por melhores condições de trabalho e mais
investimentos para a educação. Calendário de mobilização
27 de
agosto: participar da sessão noturna da Assembleia Legislativa
28 de agosto: ocupar a Assembleia Legislativa durante o dia com a presença de
caravanas do interior, inclusive fazendo refeição no espaço
29 de agosto: Dia "D" de atividades de panfletagens simultâneas em
rodovias e em vias de grande circulação nos municípios com material que
esclareça qual a marca do governo Silval na educação de Mato Grosso. Mostrar
nos semáforos faixas com a marca do governo Silval.
30 de agosto: Dia nacional de mobilização e paralisação, participação nas
manifestações encaminhadas pelas centrais sindicais e movimentos sociais
2 de setembro: ato público às 15h no CPA com concentração na praça Ulisses
Guimarães.