Aos 53 dias de paralisação, educadores exigem proposta para
voltar às atividades
Os trabalhadores
da rede estadual de educação de Mato Grosso deliberaram em assembleia geral
realizada na tarde desta sexta-feira (4) em Cuiabá pela continuidade da greve
por tempo indeterminado. Aos 53 dias de paralisação os educadores defenderam
que a prorrogação para o fim do movimento é atrelado ao posicionamento truculento
do governo.
"A greve não terminou ainda por irresponsabilidade do governador Silval
Barbosa que está trabalhando a questão da paralisação do ponto de vista pessoal.
Esta semana ele não aceitou a articulação da categoria junto a Assembleia
Legislativa", pontuou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do
Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) Henrique Lopes do Nascimento.
A assembleia geral foi realizada com a quadra esportiva da Escola Estadual
Presidente Médici lotada. Trabalhadores em greve a Capital e interior estiveram
presentes para traçar os rumos do movimento.
De acordo com as votações está mantido o acampamento ao lado do Tribunal
Regional do Trabalho (TRT) em Cuiabá, serão realizadas reuniões locais com
diretores e assessores pedagógicos informando sobre os direitos trabalhistas
frente às ameaças de retaliação do governo, além de um calendário de
atividades.
Segunda-feira (7) será realizado o "Dia do Barulho" na Secretaria de
Estado de Educação (Seduc) e nas assessorias pedagógicas, na terça-feira (8) os
educadores começam a acompanhar os trabalho na Assembleia Legislativa na sessão
da tarde.
Os trabalhadores retornam ao Legislativo na quarta-feira (9) com a realização
de um café da manhã. Foi deliberado o indicativo de pernoitar no local caso não
haja avanços nas negociações para buscar o posicionamento oficial dos
deputados.
Na quinta-feira (10) continua a atividade na Assembleia na sessão matutina. À
tarde a categoria realiza assembleia geral e ato público. Está deliberado para
o dia 15 de outubro o fechamendo das rodovias federais simultaneamente. A ação
poderá ser antecipada para o dia 11 de outubro. Após a realização da assembleia os educadores saíram em passeata pelas ruas da Capital. Avaliação
"Há
mais ou menos 60 dias estávamos aqui e fazíamos a avaliação de que o início da
greve não seria fácil. Agora podemos afirmar que estratégico para nós é ter a
greve, pois é ela o principal instrumento de pressão para alcançarmos as nossas
reivindicações", disse o secretário de articulação sindical do Sintep/MT
Julio Cesar Martins Viana.
Para a secretária de políticas sociais do Sintep/MT Maria Celma de Oliveira o
momento é de garantir a manutenção dos servidores em greve, mesmo diante das
ameaças ilegais do governo. Alguns educadores utilizaram o microfone e
manifestaram a continuidade da adesão ao movimento, mesmo sendo contratados.
O secretário de infraestrutura sindical do Sintep/MT Edson Evangelista dos
Santos destacou a necessidade de permanecer na luta. "Nós não devemos ter
medo dessas ameaças feitas pelo governo. Fui professor interino por 7 anos,
presidente de subsede, secretário do Sintep/MT e nunca sofri retaliação. Isso
não passa de balela, terrorismo. A gente tem que superar isso e continuar com o
nosso movimento de paralisação. Essa greve ainda vai durar muitos dias e precisamos
ter força para resistir", disse.
Liliane Cristina Borges de Várzea Grande é educadora e afirmou que o único medo
que tem é de sentir medo.