Em Novo Mundo os profissionais alcançam 64 dias de
paralisação
Trabalhadores de 3 redes municipais de Mato Grosso lutam por
valorização profissional por meio da greve. O instrumento de pressão da
categoria tem sido utilizado com o objetivo de manifestar a indignação contra
gestores públicos que ignoram os educadores. Em Novo Mundo (785 km ao norte da Capital) o movimento está firme aos
64 dias de greve, mesmo enfrentando as ameaças e atos de retaliação do
prefeito.
Do acampamento montado na Prefeitura de Novo Mundo a presidente da subsede do
Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) Dayane
Constante dos Santos relata por telefone a tensão vivida pelos trabalhadores.
"Os próprios funcionários vêm nos dizer que vamos ser demitidos por abandono
de emprego e neste momento estão fazendo os atos de exoneração. Mas, isso é
ilegal e vamos enfrentar os atos arbitrários do Executivo", diz.
Cerca de 30 pessoas estão acampadas na Prefeitura enfrentando o posicionamento
ditatorial do prefeito. Dayane conta que o mesmo gestor foi quem sancionou a
lei municipal nº 22/2011 que prevê o Plano de Cargos, Carreira e Salários
(PCCS) e não vem cumprindo com o dispositivo. O piso salarial não é aplicado a
todos. O apoio administrativo não recebe o valor de R$ 1.175.
Dayane afirma que ao invés de negociar, o prefeito tem ameaçado a categoria com
a possibilidade de corte de ponto e outras sanções. Este comunicado não foi
publicado oficialmente. Em Novo Mundo fazem parte da rede municipal 68
servidores, distribuídos em 9 escolas, sendo 2 da zona urbana e o restante da
zona rural.
Outro municípios de Mato Grosso registram greve na rede municipal. Em Barra do Garças (509 km a leste da
Capital) os profissionais estão com as atividades suspensas desde o dia 8 de
agosto. O presidente da subsede do Sintep/MT Omar Cirino diz que a gestão
municipal apresenta o cenário semelhante de resistência do prefeito. Mas, a
categoria tem respondido no mesmo tom.
Os educadores exigem o pagamento do piso
salarial de R$ 1.537. Atualmente o valor está fixado em R$ 1.033. Omar lembra
que o mesmo prefeito que ignora a pauta de reivindicações da categoria foi o
que prometeu durante a campanha eleitoral que aplicaria o piso. "Eles
estão irredutíveis, apesar de terem assinado uma carta-compromisso com o Sintep/MT
na época da campanha eleitoral",
destaca o presidente da subsede.
Mais recente iniciou a paralisação no município de Rosário Oeste (128 km ao norte da Capital). Os trabalhadores
suspenderam as atividades nas unidades escolares dia 23 de setembro. Os
profissionais exigem avanços na carreira e se preparam para enfrentar a
tentativa de decretar a greve ilegal por parte do Executivo.