Educadores exigem envio da proposta pelo governo à AL e que a
proposta seja discutida e aprovada pelos deputados
Os
trabalhadores da rede estadual de ensino em greve decidiram permanecer com as
atividades suspensas por tempo indeterminado até que a reivindicação da
categoria seja atendida. Em assembleia geral realizada nesta quinta-feira (10)
na Escola Estadual Presidente Médici em Cuiabá os educadores deliberaram o
calendário de mobilização da próxima semana, que inicia com um ato público
segunda-feira (14), às 8h, em frente à Secretaria Extraordinária Copa do Mundo
Fifa 2014 (Secopa).
O objetivo da manifestação é exigir que a educação seja a prioridade do governo
estadual no momento. A partir de terça-feira (15) o movimento grevista irá
acampar na Assembleia Legislativa, onde permanecerá até quinta-feira (17) para
acompanhar a tramitação do projeto de lei que a categoria exige que seja
encaminhado pelo Executivo. O documento deverá contemplar a proposta para o
atendimento das reivindicações dos trabalhadores.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato
Grosso (Sintep/MT) Henrique Lopes do Nascimento o acampamento no Legislativo
tem o objetivo de pressionar os deputados para melhorar a proposta e aprová-la.
A reunião na manhã de hoje com a secretária de educação e deputados na
Secretaria de Estado de Educação (Seduc) representou a reabertura do diálogo
com o governo, mas insuficiente em proposta. "Só abrir o diálogo e não
trazer algo de concreto não é suficiente. O ideal é que o governo buscasse
mudar a proposta para enviar à Assembleia", diz Henrique.
Nesta sexta-feira (11) o movimento grevista dos profissionais da educação
completa 60 dias em Mato Grosso. "É a greve mais significativa do ponto de
vista de duração e disposição dos companheiros. A greve só aconteceu porque
temos uma categoria que não é respeitada. É só perguntar aos pais e estudantes
que irão fazer o Enem, quantos pretendem ser professores", pontua
Henrique.
Categoria unida na luta
Conforme
levantamento do Sintep/MT de 717 escolas analisadas 500 estão com as atividades
paralisadas, sendo 69,7% total, 2,9% parcial e 27,3% em funcionamento. Em 21 de
agosto do universo de unidades escolares o 78,8% estavam paradas. A direção do
sindicato afirma que a queda na adesão foi pequena e representa a união da
categoria, mesmo após as ameaças de retaliação do governo na última semana.
Após a última reunião o governo recuou do anúncio de corte de ponto e afirmou
encaminhar o projeto de lei à Assembleia Legislativa.
Para o professor de biologia da Escola Estadual Presidente Médici itens como a
hora-atividade aos interinos são essenciais para a valorização. Como contratado
Danilo defende a concessão imediata do direito. " É uma carga muito grande
de trabalho para nós. Temos que levar serviço para casa".
O diretor do Sintep/MT da regional Vale dos Teles Pires Valdeir Pereira defende
o envio de um documento que atenda a pauta dos educadores e sendo preciso a
greve deve continuar.