O relatório 2013 divulgado pelo Fórum de Direitos Humanos e
da Terra de Mato Grosso apontou que o atendimento às mulheres vítimas de
violência ainda é insuficiente. Em Cuiabá, a delegacia especializada da mulher
passou a atender idosos vítimas de crimes. Para a secretária de organização
sindical do Sintep/MT Marli Keller e membra do Conselho Estadual dos Direitos
da Mulher (CEDM), Marli Keller, esta questão é um dos desafios que o governo
tem para enfrentar na garantia dos direitos da pessoa humana.
"Mato Grosso é o 9º estado com mais casos de violência contra a mulher e
precisamos de atendimento adequado às mulheres vítimas de violência doméstica.
A junção das delegacias da mulher e do idoso pode servir para o Estado
economizar, mas não oferece estrutura adequada para os serviços", diz
Marlli.
Em visita realizada este no Presídio Ana Maria do Couto May, Marlli também
constatou a afronta aos direitos humanos das reeducandas e seus filhos. Sem
espaço suficiente para educar as crianças e atendimento de saúde adequado, as
mulheres relataram casos de violações. A experiência da conselheira foi um dos
relatos feitos durante a divulgação do relatório de direitos humanos de Mato Grosso.
Além da condição feminina, o coordenador do Fórum de Direitos Humanos, Inácio
Werner, apontou direitos violados entre os povos indígenas, comunidades
tradicionais, retireiros, quilombolas e toda a sociedade, prejudicada pelo uso
de agrotóxicos. Da educação ao ambiente, vários artigos publicados no relatório
descrevem as situações de desigualdade e até ameaças de mortes que comprometem
a vida das pessoas no Estado.
São cerca de 150 pessoas ameaçadas em Mato Grosso, desamparadas de programas de
proteção. Desde 1999, quando iniciaram
as primeiras avaliações de que era necessário implementar políticas de
proteção, o governo estadual não implementou programas. Por causa disso, as
vítimas continuam sob risco de morte.
Estiveram presente ainda na divulgação do relatório, o padre José Geeurick e a
pesquisadora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Micheli Sato. O
relatório está disponível na internet.