O ato truculento contra estudantes e sindicalistas que foram às ruas de Brasília, na última quarta-feira (09), para protestar contra as denúncias de corrupção no governo do Distrito Federal, foi considerado lamentável pelo presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Leão.

"Mais uma vez a polícia militar do Distrito Federal mostra que está despreparada para conviver com a democracia. Só tenho a lamentar que uma manifestação pacífica tenha terminado com tanta truculência por parte da polícia", acrescentou.

A CNTE participa do "Movimento contra a Corrupção" e segundo Roberto Leão, a posição da Confederação é de total indignação. "A corrupção do governo de José Roberto Arruda envergonha todos os cidadãos que moram em Brasília e também em outras cidades do país", destacou.

O governador do Distrito Federal, José Arruda, pediu desfiliação do Partido dos Democratas (DEM) na tarde de quinta-feira (10).

Pelo direito de manifestação

A Central Única dos Trabalhadores (CUT-DF) divulgou nota em que também repudia a ação da polícia militar do DF e dos soldados do Batalhão de Operações Especiais (Bope) que feriu e prendeu diversos manifestantes durante ato pelo impeachment do governador Arruda.

Com brutalidade, vários manifestantes foram espancados com cassetetes, pisoteados por cavalos e presos. Os policiais também usaram balas de borracha, cachorros, sprays de pimenta e bombas de efeito moral para dispersar as pessoas que participavam do protesto. Jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas, que tentavam registrar a ação truculenta da polícia, também foram coagidos.

Para a CUT-DF, a ação da polícia feriu o direito constitucional dos cidadãos brasileiros de ir e vir e de se manifestar livremente. A presidente da Central, Rejane Pitanga, disse que não aceita que a polícia se torne um agente político de plantão do governo Arruda.

"Apoiamos todas as entidades e pessoas que têm capacidade para representar contra o governo do Distrito federal no Ministério Público ou qualquer outro órgão. Uma nova ditadura não será implantada na sociedade democrática do Brasil. Lutaremos pela garantia de que trabalhadores, estudantes, sindicalistas ou qualquer pessoa da sociedade possa se manifestar contra a corrupção corrente no Distrito Federal sem serem coagidos e feridos".

As manifestações continuam

Nesta quinta-feira, os cidadãos do Distrito Federal foram chamados a vestir branco, andar com os faróis do carro acesos durante o dia e amarrar ou pendurar acessórios brancos em seus veículos. A cor representa os ideais do movimento, que objetiva pedir a "limpeza" da imagem da cidade, com o afastamento de todos os envolvidos nos recentes escândalos, assim como cobrar que as investigações prossigam de forma justa.

Diversos movimentos sociais organizaram um protesto na Esplanada dos Ministérios e abriram uma bandeira branca em frente ao Congresso.

No sábado (12), centenas de manifestantes tomaram novamente as ruas de Brasília para denunciar à população o esquema de corrupção encabeçado pelo governador Arruda, e exigir seu impeachment. Desta vez, os manifestantes, organizados pelo Movimento Contra a Corrupção - formado pela CUT e demais centrais sindicais, movimentos estudantil e social e partidos políticos -, realizaram uma carreata, com concentração às 9h, no estádio Mané Garrincha. De lá, os carros seguiram fazendo um "buzinaço" até a Residência Oficial do governador.

Mensalão no DF

O escândalo do mensalão do DEM do DF começou no dia 27 de novembro, quando a Polícia Federal deflagrou a operação Caixa de Pandora. No inquérito, o governador José Roberto Arruda é acusado de comandar um esquema de distribuição de propina a deputados distritais e aliados.

 

 

 

Cuiabá, MT - 14/12/2009 00:00:00


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