Mais uma vez o Sintep-MT chama a atenção para os equívocos cometidos na divulgação dos resultados das avaliações de qualidade de ensino/aprendizagem feitas nas escolas. Os recentes dados trazidos pelo Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), este ano, revelaram para além do ranqueamento divulgado na mídia, as reais condições de dificuldades enfrentadas pelos profissionais e estudantes no cotidiano das unidades. Uma leitura fragmentada dos resultados acabaram por desqualificar todo um trabalho desenvolvido pela comunidade escolar, a exemplo do ocorrido com a escola Frei Emiliano Monteiro, em Nossa Senhora do Livramento (42 km da capital).


“Muito mais do que ficar entre as primeiras ou últimas colocadas na pontuação, como ficou classificado a escola rural de Livramento, os resultados mostraram os desafios que as escolas deverão travar para alcançar a qualidade da educação”, esclarece o presidente do Sintep-MT, Henrique Lopes do Nascimento. Segundo ele, uma realidade que deverá ser travada por todas as escolas públicas, até mesmo aquelas denominadas “melhores” colocadas, pois “os resultados entre elas não são tão significativos para que se tornem modelo, referência”, disse.


“Exames como o ENEM, em que não há dados concretos de que a avaliação é feita em critérios universais, para com todos os estudantes e de todas as escolas, é um risco de desmerecer grandiosos esforços das comunidades escolares, que lutam duramente contra a falta de infraestrututra e pessoal para desenvolver um ensino de qualidade. Nesse sentido, o MEC, boa parte da imprensa e as próprias secretarias municipais e estadual de educação, vêm agindo de forma irresponsável quando não esclarecem como é o processo de participação nas avaliações, criando uma crise dentro da própria comunidade escolar”, pontua o professor Gilmar Soares Ferreira, Secretário de Comunicação do Sintep/MT.


Os enfrentamentos das escolas públicas em Mato Grosso, a exemplo do que foi divulgado pelo gestor da Escola Estadual Frei Emiliano Monteiro, são os mesmos. A falta de profissionais efetivos no quadro, para garantir a continuidade das políticas pedagógicas de um ano para outro; a falta de infraestrutura que assegure ambientes de aprendizagens adequados com as necessidades (quadra de esportes, laboratórios de informática; acesso à internet, entre outros). E ainda, a implantação efetiva de uma organização curricular, nas fases anteriores ao Ensino Médio, que contemple as necessidades de aprendizagem da formação humana.


O Sintep-MT é contrário a toda política de ranqueamento de escolas em termos de resultado de aprendizagem e, como destaca Henrique Lopes Nascimento, permanece na luta pela ampliação dos recursos da Educação, priorizando as escolas com maiores dificuldades de infraestrutura e de pessoal (por isso exige concurso público ainda em 2015, por uma política estadual que priorize realmente a qualidade de ensino, com a valorização profissional e um currículo que atenda aos anseios e necessidade de aprendizagem dos estudantes e não apenas formá-los para o mercado. “O problema não está na avaliação, mas no uso que faz dela”, afirma o presidente.

Assessoria/Sintep-MT

Cuiabá, MT - 25/08/2015 12:40:06


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