Mesmo com a baixa mobilização nos municípios para a realização da I Conferência Territorial da Juventude de Mato Grosso, nesta quinta-feira (03.09), no auditório do Sintep-MT, os debates realizados com os jovens representantes de cinco cidades da Baixada Cuiabana (Santo Antônio de Leverger, Cuiabá, Nossa Senhora do Livramento, Poconé e Barão de Melgaço) resultou em um documento que será encaminhado para a 3ª Conferência Nacional da Juventude, em Brasília, ainda em 2015.
 
As propostas organizadas em documento apontam políticas públicas para várias áreas, com destaque para desafios no acesso à educação básica e superior; o fortalecimento da educação do Campo e no Campo, segurança pública; garantia de estradas; saúde, preservação da cultura d comunidade, igualdade de direitos e comunicação.

O estudante Edmar Almeida dos Santos, da Escola Nagib Saad, de Santo Antônio do Leverger apontou a necessidade de investimentos na área da saúde. “No meu município só temos um médico e faltam medicamento para atender toda a comunidade”, disse. As reivindicações surgem a partir das vivências quanto a ausência do poder público, principalmente, na área rural.

“Muitas pessoas olham e avaliam que somos do mato, e não é isso. Precisamos de condições para viver no campo e não precisar vir para a cidade. É necessário investimentos, e projetos que assegurem a vida no Campo”, disse a estudante de Santo Antônio de Leverger, Ana Luiza Rosa Alexandra.   

O presidente da União Estadual dos Estudantes Secundaristas UEE– uma das instituições que participou da Conferência -  Vinícius Fernandes, apontou o acesso à educação superior e a segurança pública como os gargalos para a qualidade de vida da juventude.

Conforme esclareceu, apenas 15% da população brasileira tem acesso ao ensino superior. E, conforme o Plano Nacional de Educação (PNE) estabelece, até 2024 o país terá que elevar o percentual parar 30% de matrículas. “Isso aponta a necessidade da expansão, da democratização, da permanência”, disse ele.

A segurança pública foi outro item elencado pela UEE. Com o advento da PEC 171, que estabelece a redução da maioridade penal, a juventude é a mais penalizada com a violência do pais. “Ela não é a responsável pela violência, mas seria a mais atingida”, acredita. Apesar de estudos comprovarem que a redução da maioridade penal não resolverá o problema da criminalidade. “Necessitamos é de políticas públicas que garantam à juventude fora do processo de marginalização. Mais educação, cultura, esportes, emprego e renda”, destacou.

Fernandes convoca a juventude a ecoar sua voz e rejeitar esse projeto de lei que penaliza os jovens e principalmente os negros. Dados de 2014 mostram que dos 60 mil homicídios ocorridos no Brasil, 30 mil foram a jovens (52%). Desses 77% eram jovens negros.

 “Apontamos na conferência pelo fim do auto de resistência, que garante a política legitimidade de continuar mantando a juventude negra, e ter respaldo da legislação. Queremos no futuro cidadão/as comprometidos e com direitos sociais garantidos”, conclui.

Assessoria/Sintep-MT


Cuiabá, MT - 04/09/2015 10:53:11


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