“Unificou, unificou. É estudante, funcionário e professor”. O grito que ajudou a marcar a greve da Educação estadual passa para uma nova etapa da luta. Após vencer a batalha da suspensão das Parcerias Público Privadas em Mato Grosso, a Associação Mato-grossense de Estudantes Secundaristas (AME) encerra a ocupação nas escolas. Um ato com os estudantes e comunidade, na quinta-feira (04.08), na Escola Estadual Elmaz Gattas, em Várzea Grande, finalizou a mobilização de 75 dias, que ocupou 29 escolas no Estado, pelo movimento Primavera Estudantil.
O presidente do Sintep-MT, Henrique Lopes do Nascimento, assim como vários diretores sindicais e profissionais da educação participaram do ato dos estudantes.  “A luta dos estudantes durante o movimento de ocupação destacou o protagonismo estudantil. É por meio da luta que se adquire a consciência política. Quem luta ajuda a escrever a própria história, os outros apenas contam ela”, disse.
Nascimento destacou que o protagonismo dos estudantes atende a educação que se busca na escola, aquela que garante a formação para vida. “A escola deve assegurar a formação integral, o respeito a diversidade. Deve ser um ambiente acolhedor, em que se possa fazer as manifestações, sejam elas políticas, culturais, religiosas, que trate as questões de orientação sexual, que faça o diálogo de gênero”.
Com o grito de “Fora Temer”, a representante da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), diretora de Escolas Técnicas, Glória Silva, abriu sua participação no ato, em Mato Grosso. Esclareceu o momento que passa o país, com a tentativa de golpe, de implantação de políticas conservadoras e retrógradas, citando a Lei da Escola Sem Partido. Conforme ela, esse é o momento para reforçar a importância da mobilização estudantil em todo o país.
A diretora da UBES agradeceu a todos que deram apoio as ocupações, ressaltou que o ato une os estudantes de Mato Grosso aos demais de norte a sul do pais, que estão construindo a ‘primavera’ secundarista.  “Os estudantes ocupam para falar ao governo que a essa escola que se tem hoje não é a que nós queremos. Queremos uma escola nova, que faça o debate do racismo, LGBTfobia, que se acabe com as escolas de taipa que ainda temos hoje”, disse.
A estudante parabenizou as conquistas da movimento estudantil, que gerou a prisão do secretário de estado de educação por desvio de recursos, conquistou a suspensão das PPP’s, e resistiu à truculência da polícia.  Reafirmou a importância da organização dos estudantes ressaltando que, “foi a mobilização da juventude que conseguiu os 10% do PIB e a implantação do Plano Nacional de Educação”.
Encerrando as falas o presidente da AME, Juarez França, fez um relato dos mais de quatro meses de ocupação, traçando as dificuldades de manter a unidade, os enfrentamento, as pressões. Mas destacou também as conquistas, o apoio da comunidade à causa, a ajuda financeira e de alimentos. Ressaltou o fôlego que o movimento ganhou com a prisão do ex-secretário de Educação, abordou a expansão do movimento estudantil para o interior do Estado, ampliando a luta.  No entanto, aproveitou para reforçar que, a maior conquista que tiveram não foi a prisão do secretário, não foi a autonomia para definir os uniformes ou o fim das PPP’s. “A maior das nossas vitórias foi a emancipação a luta, o empoderamento dos estudantes que se envolveram no processo”, conclui. 

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Assessoria/Sintep-MT

Cuiabá, MT - 05/08/2016 20:11:02


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