O Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) acentuará a agenda de sua pauta coletiva o tema saúde dos trabalhadores da educação. Apesar de fazer parte de pauta de reivindicação não está entre as prioridades das discussões junto aos Governos.  O direcionamento é uma das orientações abordadas durante o Seminário Nacional de Saúde do Trabalhador em Educação, realizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), no início de agosto.
Mesmo contando com coletivo sobre saúde do trabalhador, dentro das organizações sindicais, o tema, ainda, é secundarizado nas pautas de reivindicações. “Ele sempre é pauta, no entanto, nunca está em foco. Precisamos torná-lo evidente”, destaca a secretária adjunta de Política Educacionais, Maria Luiza Zanirato.
As informações apresentadas durante o Seminário revelaram que garantir a valorização profissional, a hora-atividade são de extrema relevância para a qualidade da educação. De fato assegura Maria Luiza, “a saúde do trabalhador também tem uma implicação direta no resultado do trabalho com os estudantes”.
Para reverter o quadro foram sugeridas a aplicação de políticas de prevenção como a realização de exames periódicos. Com essa medida acredita-se que danos com a voz ou alergias oriundas do pó de giz, poderiam ser evitadas.
A CNTE trabalha com a proposta de desenvolver uma pesquisa para conhecer a realidade dos profissionais de educação. Prática que poderá ser adotada pelos estados, enfocando a realidade regional. A pesquisa dará a radiografia para a elaborarão das políticas de prevenção às doenças que atingem esses trabalhadores/as.

Segundo Maria Luiza, um dos enfretamento para o levantamento e o fato da categoria ter uma grande dificuldade de se perceber doente. “A doença sempre acontece no outro e na maioria das vezes é vista mais como uma falta de compromisso, principalmente quando ela não é física”, destaca.

Os dados apresentados pelos sindicatos filiados, durante o Seminário da CNTE, revelaram que a depressão teve a maior incidência no quadro de doenças registradas. “Avalio que mais do que depressão, o quadro mais característico é o da síndrome da desistência (Burnout). Há um fio muito tênue entre os dois”, disse.

O quadro da saúde dos trabalhadores da educação apresentado na CNTE revela um aumento significativo do número de afastamentos (licenças médicas, readaptação de função) e de pessoas que trabalham adoecidas. A realidade dessa situação é agravada pela forma preconceituosa com que os colegas avaliam os profissionais ‘doentes’. “Pela nossa própria cultura escravocrata, quem não desempenha atividades físicas é visto como negligente. Pior é quando o profissional doente é visto em atividades recreativas e de lazer, muitas vezes por orientação médica. A ideia é que se afastou do trabalho para vadiar”.

Para Maria Luiza, é preciso que se trabalhe coletivamente esse tema, para esclarecer os profissionais e fazer um levantamento da realidade dos educadores hoje.  “Devem ser feitas campanhas nacionais e regionais que discutam os três P’s - Proteção, Promoção e Prevenção, também para os trabalhadores da educação pública”, conclui.


Assessoria/Sintep-MT

Cuiabá, MT - 11/08/2016 18:12:37


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