Os profissionais da rede municipal de Colíder (650 km da Capital) iniciaram nesta quinta-feira (15.12) um enfrentamento contra a implantação do apostilamento nas escolas municipais. A prefeitura está ameaçando contratar o Sistema Positivo Aprende Brasil. A metodologia é uma forma de privatização que desvia recursos públicos para a iniciativa privada sem que com isso altere os resultados da qualidade de ensino.

A mobilização chamada pela subsede do Sintep quer despertar a sociedade para as reais intenções da iniciativa, que é redimensionar recursos municipais que deveriam estar sendo investidos na valorização dos profissionais, assim com infraestrutura das escolas. “Reunimos cerca de 150 profissionais do campo e da cidade para impedir que o município consolide a privatização do Pedagógico das escolas”, destaca a presidente da subsede de Colíder, Edina Martins de Oliveira.

Em Sorriso (420 km da Capital), onde o apostilamento foi imposto aos educadores desde 2006, o presidente da subsede do Sintep/MT, Edivaldo Mazolini, chama a atenção para o impacto financeiro e a discrepância econômica do investimento, principalmente se for comparado Sorriso e Colíder. “No ano de 2014, só a receita destinada para a Educação no município de Sorriso, equivale a arrecadação total do município de Colíder”. 

Descarte

A dirigente do Sintep/MT e professora em Sorriso, Elionai Witczak, relata que uma pesquisa em andamento, com 12 escolas do município e com mais de cem profissionais, sobre o método apostilado, já constatou que o material não é consenso entre a categoria. “Muitos continuam usando simultaneamente o livro didático”, diz. 

A experiência com o Sistema Positivo – uma empresa do Paraná, que tenta abocanhar mercado em Mato Grosso – já foi vivenciada no município de Feliz Natal (530 km da Capital), segundo o diretor regional do Nortão III, Valdeir Pereira, presente na reunião em Colíder. “Lá já foi insatisfatória para a população, e descartada por força dos profissionais no município”.

Autonomia

Segundo relato do presidente da subsede do Sintep, em Feliz Natal, Mauro Ribaldi, a administração investia 40% dos recursos do Fundeb municipal, cerca de R$ 500 mil com o Sistema. “Sem nenhum resultado diferente do livro didático, que é gratuito”, disse.

Valdeir Pereira acrescenta que “é preciso respeitar a LDB e a Lei de Gestão Democrática (LC 7040/98) que definem que é papel da escola escolher o seu próprio projeto político pedagógico, a partir de discussões coletivas, o que afasta a ideia de o gestor público impor um projeto único para todas as escolas, desrespeitando as diversidades e especificidades de cada uma”. 

A tentativa de implementar os cursos apostilados é uma das pontas da política de privatização das escola pública, que abre espaço para a terceirização. Em Mato Grosso ela ganha força também no governo do Estado, que anuncia a parceria para o chamado capitalismo filantrópico, em que as empresas investem com caráter de apoio em empreendimentos educacionais com a finalidade de valorizar seu capital.

Assessoria/Sintep-MT

Cuiabá, MT - 16/12/2016 19:41:29


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