Os trabalhadores da educação
municipal de Rondolândia (1600km de Cuiabá) entraram em greve por tempo
indeterminado. A decisão da categoria foi tomada após assembleia realizada no
último dia 5. Entre outras questões, os profissionais cobram a implantação do
Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) e do Piso Salarial Profissional
Nacional, sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2008. "Já
oficiamos o Poder Público há mais de um ano sobre estas questões e até agora
não tivemos nenhuma resposta. Com tamanho descaso, só tivemos esta opção",
salienta o diretor pólo regional Noroeste do Sindicato dos
Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), Ailton Amorim.
Uma das
alegações do prefeito, Bertilho
Buss, é que o cumprimento da Lei é inviabilizado pela falta de recursos. "Na
última vez que tivemos acesso à folha de pagamento, pudemos constatar que
muitos servidores lotados na pasta não pertencem à educação e não poderiam
estar lá", ressalta o sindicalista. De acordo com Ailton Amorim, a adesão da
categoria no município foi boa. "Os trabalhadores foram corajosos e não se
intimidaram com a truculência do gestor", diz.
Ainda segundo o
sindicalista, a prefeitura tem empregado diversas artimanhas para enfraquecer o
movimento dos trabalhadores. "Um trabalhador foi até a Secretaria de Educação
retirar um documento. Lá, foi interpelado pelo prefeito que exigiu sua saída do
local, alegando que grevistas não deviam estar lá, mesmo sendo o prédio um
local público e o Sintep/MT ter nomeado uma comissão de negociação",
exemplifica. Além da agressividade, o prefeito tem ameaçado os trabalhadores
com demissões sob a alegação de que o município tem mais profissionais do que o
necessário.
A categoria aguarda uma
resposta às reivindicações para então marcar uma nova assembleia e deliberar
sobre a continuidade ou não do movimento grevista. "Sem resposta não há
evolução. Continuaremos mobilizados", finaliza o sindicalista.