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Cerca de 200 pessoas participaram da abertura da II Conferência Estadual da Economia Solidária, ontem (26), no Hotel Fazenda Mato Grosso, promovida pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego
"Os debates são muito ricos especialmente para fazermos balanços do que já avançamos e projetarmos o que ainda devemos conquistar", disse o palestrante. "Principalmente no que tange à legislação, precisamos estar atentos de que nem sempre o que a lei prevê é realmente aplicável. Nesse sentido, ainda precisamos nos mobilizar para termos voz ativa e assim conseguirmos avançar com a publicação de leis que contemplem as minorias", acrescentou.
A democratização das discussões para a implementação da economia solidária tanto na esfera rural quanto urbana por meio do evento é justamente o que prevê o superintendente da SRTE/MT, auditor-fiscal Valdiney Arruda. "É importante lembrar que os debates promovidos nesta etapa vieram dos representantes de base que são os municípios", disse. Foram realizadas nove conferências regionais, com uma média de público de 150 pessoas por evento.
Economia solidária é uma forma de produção, consumo e distribuição de riqueza centrada na valorização do ser humano, e não do capital, de base.
Por isso, o presidente da CUT/MT, Julio César Viana, destacou o papel da Conferência como alternativa de socialização das experiências bem-sucedidas de grupos de todo o Estado. "É uma demonstração de que as experiências não são isoladas e que há possibilidade de se promover atividades com êxito em qualquer ramo", afirmou. Ele lembra que a CUT, desde a década de 80, está envolvida com a promoção da economia solidária, em busca do desenvolvimento sustentável. "O trabalhador é o primeiro a sofrer com o capitalismo selvagem. Por meio da economia solidária, ele não é obrigado a ficar marginalizado na economia informal e trabalha com a sustentabilidade por meio do associativismo ou do cooperativismo, e todos saem ganhando", analisou.
Membro do Fórum Regional da Economia Solidária da Baixada Cuiabana, Glória Maria Munhoz, lembra que outro aspecto importante da economia solidária é a política das sobras. "A economia solidária defende a partilha do excedente aos trabalhadores envolvidos na produção, sem desperdícios e em defesa da vida".
Também participaram da abertura do evento, o deputado estadual Alexandre César, o presidente do Conselho Regional de Economia de Mato Grosso (Corecon/MT), Aurelino Levy Dias Campos, a coordenadora de Ações Artístico-Cultural da Secretaria do Estado de Cultura, Ana Maria Moreira e demais representantes de autoridades.
Público - Para a membro da Associação ReciCrie, Elza Batista da Silva, a adoção da economia solidária representa uma mudança de vida. "Sempre trabalhei com artesanato, mas tinha dificuldades em comercializar os produtos. Agora sei que meu trabalho é valorizado e realizado de forma sustentável". Já a representante da Associação de Mulheres em Ação de Mato Grosso (Amanti-MT), Débora Martins, se diz orgulhosa com a execução de um trabalho baseado na economia solidária. "Sei que ajudamos a comunidade, as nossas famílias e melhor, sei que, mesmo em um trabalho de formiguinha, estamos contribuindo com a economia do nosso Estado", endossou.
Programação - A II Conferência Estadual de Economia Solidária acontece até amanhã (28/04), no Hotel Fazenda Mato Grosso. Nesta terça-feira (27), estão programados trabalhos em grupo e o painel sobre "Direito às formas de organização econômica baseadas no trabalho associado, na propriedade coletiva, na cooperação, na autogestão, na sustentabilidade e na solidariedade, como modelo de desenvolvimento". Já na quarta-feira (28/04), outro painel sob o tema "Prioridades, estratégias e instrumentos efetivos de atuação e de organização de políticas e programas da Economia Solidária", trabalhos em grupo e eleição dos delegados estão previstos.
Parceiros - O evento conta com a organização da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural de Mato Grosso (Seder-MT), Rede Unitrabalho, Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Rede Mato-grossense de Educação e Socioeconomia Solidária (Remsol), e Fórum Estadual de Economia Solidária de Mato Grosso (FEES-MT). Além disso, recebe o apoio da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Associação dos Produtores de Soja do Estado de Mato Grosso (Aprosoja), Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), e Caixa Econômica Federal (CEF).
Fonte: Pau e Prosa Comunicação
