Em discussão com o governo durante a semana da Jornada de Lutas, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) colocou a necessidade da renegociação das dívidas e da aplicação de uma linha específica de crédito para os assentados. De acordo com o movimento, em alguns Estados 60% dos assentados têm dívidas com bancos.

A integrante da coordenação nacional do MST, Nívia Regina da Silva, explica que as terras destinadas à reforma agrária não possuem boas condições para o plantio. A alta degradação ambiental e baixa produtividade do solo exigem por parte do assentado investimentos para começar a produção. Para isso, acabam recorrendo aos empréstimos bancários.

"É necessário então que exista um crédito específico para a reforma agrária, um crédito que leve em consideração essa questão das terras para a reforma agrária, que é um problema colocado para a realização das condições produtivas. E há também outra questão, que é a base social assentada. Uma base social que já foi expropriada e ficou à parte das políticas sociais do Estado. São famílias que estão pauperizadas e precisam de uma situação diferenciada da agricultura familiar como um todo."

Segundo Nívia, o crédito destinado por meio do Pronaf é específico para o produtor que já conseguiu estabelecer a infra-estrutura na propriedade agrícola, o que não é o caso do assentado.

"É preciso um crédito que, num primeiro momento, estruture essas famílias no campo. E num segundo momento sim, [pode existir] um crédito que as famílias tenham até ter um tipo de vínculo bancário, porém deve ser um crédito oriundo do tesouro nacional, com recursos específicos para a reforma agrária."

 

Cuiabá, MT - 03/05/2010 00:00:00


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