Durante dois dias (7 e 8 de maio) o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso, Valdeir Pereira, e a secretária de Políticas Educacional, Guellda Andrade, participam do debate chamado pela Confederação Nacional de Trabalhadores em Educação (CNTE) e Internacional da Educação para a América Latina (IEAL), com objetivo de articular estratégias para conter a onda privatista na educação pública.

O seminário “Processo de Privatização e Mercantilização dos Ensinos Básicos e Superior no Brasil”, que acontece em São Paulo, revela a preocupação dos sindicatos, da CNTE e da Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituição Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (PROIFES), para o avanço da privatização e mercantilização no país. 

“Essa prática assola toda a América Latina, mas tem se intensificado no Brasil nos últimos três, quatro anos, quando grupos de empresários passam a se envolver na educação pública, com objetivo de levar recursos públicos para as instituições privadas, apresentando um formato de currículo que atende as demandas do mercado”, esclarece Guellda Andrade.

A prática é considerada uma agressão, pois propõe uma formação sem qualidade, e que desrespeita o direito à Educação. “A sociedade precisa entender que essa nova organização ou formatação dada à educação pública, não imprime qualidade. Nossa defesa segue exigindo educação pública, gratuita, laica e de qualidade socialmente referenciada”, alerta a dirigente. 

A privatização é feita de maneira sorrateira, de várias formas; privatizando a gestão das escolas públicas, intervindo no currículo com métodos de apostilamento, terceirizando os serviços de vigilância, alimentação, transporte escolar. 

Conforme os educadores participantes, a educação pública não se compara com esse modelo de educação privada que está sendo formatado. Esse modelo, afirmam, vem no sentido de atender as demandas de mercado e não para preparar os estudantes como sujeitos, para o mundo do trabalho, para conviverem com as diversidades.   

“Não há interesse de formar indivíduos questionadores, com desejo pelo conhecimento”, adverte Guellda. O modelo de educação privatista, adestra os estudantes desde a pré-escola, para focar o mercado de trabalho. “É importante que a sociedade entenda o que tem de diferente nessa formatação”.

O debate chama a atenção também para a militarização da educação, destacando o engodo do modelo de escola militar, que além de ilegal e considerado imoral, porque usa recursos públicos (Fundeb) para investir 50% em vagas para filhos de militares. “Nesse exato momento a educação deixa de ser pública, pois recursos públicos devem garantir o acesso com igualdade, para todos e todas. Nesse caso, que use recursos da Segurança Pública”, conclui. 

Assessoria/Sintep-MT

Cuiabá, MT - 08/05/2019 15:35:52


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