A Reforma do Ensino Médio (Lei nº 13.415/2017) começa a ser implantada em Mato Grosso. O debate foi iniciado em setembro com assessores pedagógicos e gestores escolares da rede estadual de Cuiabá e Várzea Grande. A orientação foi de que haverá uma consulta pública. Nela cada estudante responderá a um questionário e realizarão rodas de conversas com a comunidade escolar sobre o tema.

A secretária adjunta de Políticas Educacionais do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), Maria Luiza Zanirato, acompanhou a apresentação da Seduc, e ficou alerta ao processo de consulta adotado, que traz práticas equivocadas daquilo que é considerado democracia. “O questionário é individual isso prejudica o debate, por que terão apenas avaliações individualizadas. O movimento estudantil, por exemplo, não participará, tampouco serão realizadas Conferências para debates coletivos”, ressaltou.

Um dos pontos mais polêmicos da Reforma imposta ao Ensino Médio, são justamente os chamados itinerários formativos. A oferta do ensino médio por áreas de interesse de conhecimento do estudante. A proposta é para que sejam ofertados cinco eixos estruturantes para os itinerários - Linguagens e suas Tecnologias; Matemática e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e suas Tecnologias; Ciências Humanas e Sociais Aplicadas; e Formação Técnica e Profissional.

Dentro dessa estrutura seriam necessárias cinco escolas estaduais por município, para atender a todos os interesses dos estudantes, o que não é uma realidade, pois existem municípios no estado com apenas uma escola estadual, e estudantes com interesses diversos. E, é nessa situação que os encaminhamento dados pela Secretaria se tornam preocupantes para a Escola Pública Gratuita.

O impasse criado pela nova política para o Ensino Médio corre o risco de deixar muitos estudantes desta etapa ainda mais insatisfeitos com a escola. Além de ter como proposta de solução a retomada de parceria com a iniciativa privada. “Não podemos esquecer que o Ensino Médio está dentro da Educação Básica. É uma obrigação do governo e dever do Estado ofertar. Empurra a obrigação para a iniciativa privada e nega o direito do estudante. Sem contar que a rede privada atende a elite, e classes populares não tem acesso”, conclui.

Assessoria/Sintep-MT

Cuiabá, MT - 12/09/2019 18:48:48


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