A professora da Educação Básica Vânia Maria Miranda, ex-dirigente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (SIntep/MT) e Central Única dos Trabalhadores de Mato Grosso (CUT-MT), defendeu Dissertação de Mestrado no Programa de Pós-Graduação em História (PPGHIs) da Universidade Federal de Mato Grosso, com foco nas  greves da Educação estadual. O objeto da pesquisa da professora, lotada na Escola Estadual Adalgisa de Barros, em Várzea Grande, percorreu 13 movimento paredistas em Mato Grosso entre os anos de 1989 a 2000, todos coordenados pelo Sintep/MT.

Segundo a pesquisadora, o encanto pela pesquisa surgiu da participação no movimento sindical como dirigente do SINTEP e da CUT—MT. “Um importante momento na minha formação. Outro momento, foi observar as manifestações que ocorreram no país, no ano de 2013”, disse. Naquele ano (2013), conforme Vânia, o protesto se tornou um assunto social comum, a pulverização nas reivindicações apresentadas e, o excesso por parte de quem formulou, afirmava com veemência que, naquele momento, “o gigante acordou,” o que dava uma aparência banal ao conceito de greve. “Era preciso dizer que em Mato Grosso, a luta jamais cessou e as greves conduzidas pelo Sintep/MT foram embrionárias de direitos para a categoria e para a população”, frisou.

Segundo a mestra em História pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), o Sintep/MT é uma referência histórica na defesa da Educação Pública, Gratuita, Democrática e de Qualidade. “Mas esta defesa não se dá de forma harmônica com os governantes, que não se comprometem em assegurar o direito à educação à maioria da população”, disse. As greves, segundo ela, foram e continuam como um dos principais instrumentos para reivindicação deste direito e dos direitos dos profissionais da educação em nosso estado.

Vânia Miranda destacou duas greves no ano de 1989, como marco referencial para as pautas de reivindicação que até hoje norteiam a luta da categoria por educação pública e gratuita e por mais direitos aos trabalhadores em educação. Também descreveu as greves de 1991, quando os grevistas ocuparam a Assembleia Legislativa de Mato Grosso, e obrigaram o cerimonial de posse do então governo Jayme Campos, a se realizar em outro espaço. Ou ainda, quando três educadores fizeram greve de fome, como forma de resistência ao cumprimento das reivindicações, durante o governo Jayme Campos. 

Os integrantes da banca, de avaliação da dissertação de mestrado, apontaram alguns elementos de grande importância. Entre eles, o fato do movimento sindical na educação,   conduzido pelo Sintep/MT, a partir de 1989, ser vanguarda na luta sindical a nível nacional, com a  pauta única para professores e funcionários de escola, então denominados profissionais da educação; a luta por carreira e piso salarial; e, a profissionalização dos/as funcionários/as.

Para embasar a pesquisa a professora se baseou em amplo leque de dados: atas das assembleias geral do Sintep/MT, publicações em jornais de grande circulação e entrevistas com dirigentes. Além de depoimentos de dirigentes como Carlos Augusto Abicalil (ex-presidente do Sintep/MT, CNTE e ex-Deputado Federal); o professor Júlio Cesar Martins Viana (ex-presidente do Sintep/MT, falecido em 2018); professor Henrique Lopes (ex-presidente do Sintep/MT e atual presidente da CUT/MT) e o também professor e dirigente sindical, Edson Evangelista (da Direção Estadual do Sintep/MT). Toda a base de dados foi motivo de elogios pelos integrantes da banca examinadora, que também fez apontamento para que nova mestra possa melhorar sua linha de pesquisa e avançar para o doutorado.

Dirigentes da central do Sintep/MT e da subsede do Sintep/VG acompanharam a defesa do mestrado, prestigiando o trabalho. Para o presidente do Sintep/MT, professor Valdeir Pereira, parabenizou a professora e lembrou que esse é mais um registro documental da memória sindical do Sintep/MT e da história da luta da Educação no Estado de Mato Grosso”, disse. 

Para o presidente o período estudado é muito significativo, pois traz reflexos do cenário estadual, com a promulgação da Constituição de MT, em 1989. E uma ocasião de muita luta pelo fortalecimento da democracia e garantia de direitos. O Sintep/MT foi referência nesses enfrentamentos com uma pauta corporativa que avançou para questões econômicas e sociais, na tradição do novo sindicalismo representado pela Central Única dos Trabalhadores. “A dissertação da professora Vânia será referência”, conclui.

Sintep/MT

Cuiabá, MT - 13/02/2020 17:58:52


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