A coletiva de imprensa do lançamento da 21ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública foi realizada no dia 23 de abril. No debate foram abordados pontos como os impactos da pandemia na educação pública, ensino à distância, tentativas de privatização do ensino, financiamento da educação e dentre outros assuntos. O tema da 21ª Semana é "A Importância da Educação para a Vida!".

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) esclareceu aos jornalistas que não aceita o ensino a distância (EAD) na educação básica nem na formação inicial dos profissionais da educação. "É uma profissão que cuida das pessoas, precisa da relação do olho no olho. Estamos vivendo um momento inesperado, temos que ter paciência e calma nesse processo. Não aceitamos chamar de recesso escolar antecipado nem de férias: é um isolamento social para proteger as pessoas", explicou o presidente da CNTE, Heleno Araújo. Atualmente, mais da metade dos estudantes do ensino básico não têm acessso à internet: "Qualquer medida que não consegue chegar em toda a população é aumentar a desigualdade do nosso povo.", reiterou Heleno Araújo.

A vice-presidente da CNTE, Marlei Carvalho, ponderou que os professores podem sugerir atividades pedagógicas, leitura de livro, passeios online: "O que não pode é querer substituir as aulas em si, até porque mais de 50% não conseguirá acessar a internet. Essa é a realidade de nosso país e que muitos estados e municípios estão tentando impor para a população".

A secretária geral Fátima Silva destacou que a pandemia pode trazer um aumento da mercantilização da educação: "O que está acontecendo no mundo é que a pandemia está servindo para aprofundar essa mercantilização via negócios das plataformas virtuais. Nós somos contra esses mercados. Uma coisa é você oportunizar que todos tenham acesso à internet outra coisa é o processo ensino-aprendizagem, que tem que se dar pelos estabelecimentos de ensino. Na educação básica na primeira infância é impossível pensar no acesso ao ensino somente por via tecnológica".

O secretário de assuntos educacionais da CNTE, Gilmar Ferreira, chamou atenção para a importância de manter o isolamento social: "Nós temos alertado para preservar o isolamento, que é a principal iniciativa para que possamos evitar uma maior contaminação e assim preservar os sistemas de saúde". Para a CNTE o principal planejamento é salvar vidas: "Somos solidários sempre. Quando tudo isso acabar nós vamos discutir coletivamente como trabalhar o ano letivo. Queremos contruir com os pais o novo calendário escolar", sintetizou Heleno Araújo.

Financiamento

Além de ensino a distância, a coletiva de imprensa também abordou questões de investimento em educação. "Estão tirando recursos da educação dizendo que é pra colocar na saúde, mas na realidade eles querem aproveitar para tirar as vinculações constitucionais para a educação", alertou Heleno Araújo. Marlei Carvalho complementa: "Nós da CNTE sempre apontamos de onde poderm vir os recursos. Nós estudamos a fundo, lutamos pelos royalties do petróleo para educação pública e isso já foi desmontado. Nesse momento de pandemia temos falado na taxação das grandes fortunas: se nós taxássemos 1% das grandes fortunas, teríamos R$ 100 bilhões [por ano], se táxassemos lucros e dividendos, teríamos previsão de arrecadação de R$ 60 bilhões. Ou seja nós temos recursos nesse país que não podem ser destinados somente ao sistema financeiro e às grandes empresas, esse dinheiro precisa ser colocado para socorrer a população e suprir as demandas do financiamento da saúde, da educação e da assistência". 

 

>> Assista na íntegra o vídeo da coletiva no Youtube: https://youtu.be/-iEP0misWdM


CNTE
Cuiabá, MT - 27/04/2020 12:28:33


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