RIO — Professores da rede privada decidiram neste sábado em assembleia que não vão voltar a dar aulas presenciais neste momento. A categoria, donos de colégios e a prefeitura fizeram duas reuniões na semana passada para negociar o retorno às atividades de ensino, mas não houve consenso.
A prefeitura chegou a publicar um protocolo de segurança para a retomada. As medidas serviriam para as redes particular e municipal. O prefeito Marcelo Crivella anunciou que a volta das escolas privadas seria facultativa a partir do dia 10, mas nem isso foi deliberado.
Organizada pelo Sindicato dos Professores do Município do Rio, a assembleia de ontem teve a participação de cerca de 600 docentes. Mais de 90% votaram contra o retorno imediato. Diretor da entidade, Afonso Celso disse à radio CBN que a categoria espera que a prefeitura mude a data prevista inicialmente.
— Já deixamos uma assembleia marcada para 1º de agosto, que pode ser antecipada caso haja algum fato novo.
A prefeitura deve apresentar um novo protocolo para as escolas na quarta-feira. Escolas particulares já começaram a planejar a retomada, estudando precauções como instalação de dispensers de álcool gel, realização de atividades ao ar livre, diminuição de cadeiras e adoção de modelos híbridos de ensino, em que são alternadas aulas presenciais e remotas.
O prefeito Marcelo Crivella, que vem se reunindo com sindicatos de professores e de empresários da área de ensino, declarou não ver obstáculos à reabertura de escolas porque "crianças são imunes". A vice-presidente da Sociedade de Infectologia do Estado do Rio de Janeiro, Tânia Vergara, explica que o vírus pode atacar todas as faixas etárias e lembra que o perigo está no contato entre diferentes grupos dentro do ambiente escolar.