Com a infraestrutura parada no século XIX, em que dois milhões de alunos estão em colégios sem água potável, muitas escolas também se viram despreparadas para os desafios tecnológicos do século XXI. Com as unidades fechadas pela pandemia da Covid-19, alunos da rede pública precisaram de equipamentos e internet para seguirem as aulas de forma remota.

No entanto, só 7% das escolas públicas contam com tablets e 21% têm computadores portáteis para oferecerem aos seus estudantes, segundo dados do Censo Escolar de 2019, levantados pelo GLOBO.

Nesse cenário, muitos jovens ficaram para trás. Um deles é Milene do Nascimento, 16 anos, estudante do 2ª ano do ensino médio do Colégio Estadual Magé, na Baixada Fluminense. Dos três meses de aulas remotas, ela ficou de fora dos dois primeiros por falta de conexão com a internet. A solução foram apostilas de papel que, sem a agilidade do mundo digital, levaram 60 dias para chegar até ela.

— Perdi muita coisa. O colégio me mandou duas apostilas, com as matérias, mas tenho tido muitas dúvidas e não posso esclarecê-las com os professores e os outros alunos porque fiquei para trás — conta.

Helder Gusso, professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), especializado em concepção pedagógica, afirma que a histórica falta de políticas públicas para a educação nos trouxe até essa situação de alunos desequipados e professores despreparados para a função de ensinar de forma remota. 

Bruno Alfano e Patrícia Espinoza/O Globo

Foto: Roberto Moreyra / Agência O Globo 

Cuiabá, MT - 06/07/2020 11:56:15


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