Mato Grosso os direitos humanos e sociais perderam neste sábado, 8 de agosto de 2020, uma das maiores lideranças na luta por justiça social, igualdade e humanidade entre os povos. Após 92 anos de luta, morre Dom Pedro Casaldáliga, bispo emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia, vencido por uma embolia pulmonar, após anos enfretando o Mal de Parrkinson. Catalão, da província de Balsareny, em Barcelona, viveu os últimos 52 anos de sua vida no Brasil, na região do Araguaia, em São Félix do Araguaia, onde chegou em 1968 para fundar a missão claretiana no estado. Uma região onde o grau de analfabetismo e  a marginalização social, eram sustentados pelo domínio fundiário, com exploração do trabalho e inúmeros assassinatos.  

Dom Pedro foi um revolucionário, nomeado administrador apostólico em 1970 implementou a evangelização vinculada a promoção da defesa dos direitos humanos e justiça social. Teve forte representatividade para as conquistas dos de direitos para segmentos mais pobres na região como os camponeses e povos indígenas, os quais ajudou ao fundar o Conselho Indigenista Missionário (Cimi). 

O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) faz questão de registrar a homenagem a esse que é um dos precursores do movimento de luta social no Centro-Oeste. Casaldáliga foi o principal símbolo de resistência para aqueles que lutam por justiça social. Sempre esteve ao lado dos trabalhadores. Contribui para o despertar da consciência política de muitos trabalhadores

Por suas ações libertárias em favor dos mais pobres e oprimidos, pelos donos de terras e poderoso latifundiário da região do Araguaia, dom Dom Pedro foi alvo de inúmeras ameaças e tentativas de morte, Fez o enfretamento à violência, inclusive a oficializada pelo Estado, por meio das instituições que deveriam proteger a vida dos cidadãos, como a Segurança Pública. 

Seu amor à liberdade inspirou sua luta contra as injustiças sociais promovida pela ganância e avareza dos homens. Foi perseguido e detido pelo governo durante a ditadura militar, Foi defensor das causas humanitárias sem barreiras ou fronteira, Casaldáliga sempre fez o alerta de que só os movimentos sociais organizados alcançarão o que ele denominava de vanguarda coletiva. 

Dom Pedro sofria do mal de Parkinson e mesmo tendo feito a renunciou à Prelazia de São Félix, em 2005, motivado pela idade e quadro de saúde, nunca abandonou a combatividade. Sua vida foi conduzida pelo amor e respeito à humanidade. Se manteve fiel ao lema da teologia da libertação, a qual defendeu como filosofia de vida – Nada possuir, nada carregar, nada pedir, nada calar e, sobretudo, nada matar. Foi poeta, autor de várias obras sobre antropologia, sociologia e ecologia. Um defensor a apoiador do Movimento dos Sem Terra (MST) e da Via Campesina.

PEDRO CASALDÁLIGA, PRESENTE!

PEDRO CASALDÁLIGA, PRESENTE!

PEDRO CASALDÁLIGA, PRESENTE!

 

Cuiabá, MT - 08/08/2020 12:11:34


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