Em meio à pandemia, Seduc-MT realiza audiência pública com aglomeração de mais de 400 pessoas em Várzea Grande

Uma audiência pública convocada e realizada pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc-MT) na noite desta quinta-feira (21/01), provocou aglomeração de pais de estudantes e trabalhadores da educação, além de próprios representantes da secretaria.

A reunião que lotou o pátio da Escola Estadual Nadir de Oliveira na cidade de Várzea Grande, reuniu cerca de 400 pessoas e teve como objetivo discutir o processo de militarização daquela unidade escolar. O que causou estranhamento ao Sintep-MT, além da própria aglomeração promovida pela secretaria em plena pandemia, foi que a diretoria do Sindicato recebeu, no dia anterior, um ofício da Seduc-MT, convidando a entidade para a audiência e, no documento, a participação dos representantes do Sintep estava limitada a apenas três pessoas, segundo o ofício, para evitar “excesso de pessoas” na reunião.

Para o presidente do Sindicato, Valdeir Pereira, faltou zelo da Seduc na organização da audiência, que sequer controlou o limite de pessoas na entrada da escola. “Ficamos chocados ao ver que, em meio ao caos de uma segunda onda de disseminação do novo coronavírus no estado, a própria secretaria de Educação não deu o exemplo, promovendo uma reunião que provocou muita aglomeração. Quem participou da audiência, veio, porque achou importante discutir o tema, no entanto, faltou uma organização eficiente que pudesse garantir o mínimo do distanciamento social e as medidas de biossegurança. Foi um risco para todos”, criticou Valdeir.

Na audiência pública, representantes da Seduc apresentaram à comunidade escolar, o projeto de transferência da Escola Estadual Regular para Escola Estadual Militar. Valdeir explica que esse modelo de escola promove desvio de finalidade nas funções de educador, com a gestão das unidades de ensino comandada por militares. “A escola é ambiente para atuação daqueles que receberam sua devida formação em licenciatura, que foram capacitados para de fato, ensinar. Estamos lutando por um modelo de escola que promova cidadania, inclusão. Queremos desenvolver as potencialidades dos alunos enquanto indivíduos únicos, e não uma educação onde todos têm que se vestir de maneira igual, ter o mesmo corte de cabelo e onde não é permitido pensar diferente ou questionar. Lutamos para que o espaço da escola continue tendo liberdade e seja palco da democracia”, disse Valdeir.

Após os debates, em uma votação tumultuada, ficou definida a militarização da escola. O presidente do Sintep-MT, comentou o resultado. “Numa reunião com aglomeração de pessoas, tumultuada como foi, entendemos que a legalidade dessa votação seja, no mínimo, questionável”, disse. 

Fonte: Assessoria/Sintep-MT.


Cuiabá, MT - 22/01/2021 11:23:58


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