Capacitação virtual revela deficiências no modelo da Seduc-MT

Redes sociais não perdoaram a péssima qualidade da formação defendida pelo governo de Mato Grosso 

A Capacitação virtual da Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT), para professores da rede estadual ocorrida ontem (03/02) provou, mais uma vez, a deficiência do governo em promover ensino à distância de qualidade. A Live ficou fora do ar por quase duas horas devido a problemas na transmissão. A retomada do treinamento registrou oscilações. O que era para ser uma formação virtual acabou gerando mais dúvidas do que esclarecimentos. Centenas de mensagens dos profissionais, nas redes sociais, questionaram a qualidade da educação defendida pelo governo Mauro Mendes.


O cenário serviu para revelar a ingerência e ignorância do governo de Mato Grosso com a realidade da Escola Pública. “Dentro da própria instituição constatamos problemas com a tecnologia. O que dirá com as escolas e, na atual situação de pandemia, com os estudantes e profissionais, que vivem o dilema da falta de internet e equipamentos?”, questionou a professora e primeira secretária do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Sidinei Cardoso.

Outro alerta destacado pela dirigente é o fato da despolarização da formação dos profissionais depois do encerramento dos Cefapros (Centro de Formação dos Profissionais da Educação), como responsável pela formação continuada dos profissionais. “Mato Grosso é um estado imenso com realidade distintas e a atuação dos formadores por meio dos Cefapros dialogava com essas diferenças. Agora, o governo fala em equidade e meritocracia para incentivar a qualidade da educação. É muita ironia”, ressaltou.


O Professor Gilmar Soares Ferreira, dirigente do Sintep/MT e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), também participou da Live. Ele avalia como preocupante o discurso que vem justificando as mudanças na Seduc e na Educação Pública de Mato Grosso. Para o dirigente, é uma contradição o governo falar em meritocracia quando as escolas públicas não possuem uma infraestrutura e condições de trabalho em “pé de igualdade” umas com as outras para que uma avaliação real e justa de mérito possa ser feita. 

Com o fisco do treinamento virtual promovido pela Seduc, as redes sociais se encheram de mensagens dos profissionais ironizando o processo caótico da formação. Para uns, ele espelha a realidade do que ocorre com as escolas. Os educadores destacam as dificuldades para compreensão, falta de dinâmica e a inconsistência do programa, que mesmo com apoio familiar não funcionará.  

Para o professor Gilmar, um exemplo do fracasso do programa está nas chamadas Escolas Integradas de Educação Básica (EDIEBs), ainda não criadas, mas anunciadas como substitutas dos Centros de Educação de Jovens e Adultos (CEJA’s). “Nem mesmo se efetivaram, já se sabe que estão sem dinheiro para pagar a Internet do mês. Uma vez que os recursos que ficaram em caixa dos CEJAS não poderão ser usados para despesas nas ‘novas’ escolas”, relata.

Assessoria Sintep-MT.

 

Cuiabá, MT - 04/02/2021 15:30:24


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