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Governador Mauro Mendes retoma farsa da meritocracia como solução para qualidade
O governador Mauro Mendes anuncia na abertura dos trabalhos da Assembleia Legislativa (02/02) a intenção de implantar a meritocracia para os servidores púbicos do estado, em especial os profissionais da educação. A proposta é requentada, segundo os trabalhadores da educação pública estadual. O incentivo por mérito apontado pelo governo é avaliado como prática que reafirma a disputa desleal, de igualdade entre diferentes.
Para o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) a meritocracia na educação pública é uma falácia. “Ela gera no imaginário popular uma expectativa de justiça que não é verdadeira. Intensifica a desigualdade, acirra a competição e a individualidade entre os pares, rompe com a lógica do coletivo no espaço da escola por melhores condições de trabalho e valorização profissional, entre outros fatores que favorecem apenas os interesses econômicos do governo”, destaca a secretária de Políticas Educacional do Sintep/MT, Guelda Andrade.
Conforme a dirigente, a política meritocrática favorece a visão empresarial do governo e reafirma a política reducionista de direitos coletivos com foco em padrões definidos pelo mercado. “Nós, profissionais da educação, nunca negamos passar por um processo de avaliação, entendemos ser necessário, por isso faz parte da Lei nº 050/98 com o Art. nº 42. Nossa defesa é pela avaliação diagnóstica, processual e reparadora, com objetivo na correção de fluxo e intervenção pedagógica. Assim, chegaremos à qualidade da educação de forma humana e democrática”, reafirma Guelda Andrade.
A secretária de Política Educacionais do Sintep/MT ressalta que esse modelo de avaliação apresentado pelo governo Mauro Mendes está pautado no viés empresarial e mercadológico. “A Seduc não pode exigir, sem antes dar as condições aos trabalhadores e aos estudantes. E ainda, é preciso considerar o cenário totalmente inadequado, para um processo de avaliação, mais uma vez, o governo violenta os trabalhadores da educação”, afirma Guelda.
Na avaliação do Sintep/MT, a meritocracia é mais uma ação do governo para promover o desmonte da educação pública e se desresponsabilizar da valorização profissional, estrutura física das escolas e um projeto pedagógico real, possível de ser implantado e implementado no chão da escola pública. Os ataques às políticas pedagógicas humanizadas, a desorganização escolar e desresponsabilização com a educação, como um todo.
Para Guelda, o governo desqualifica os profissionais, que há anos dão sustentação a educação pública de Mato Grosso, apesar da histórica falta de condições de trabalho. A educação é desrespeitada por diferentes gestões, nunca é prioridade, e os investimentos nunca são aplicados como a legislação determina, fato constatado com o esforço do governo para investir o mínimo, porque educação não é o seu compromisso real.
