Educação exige dos governos medidas especificas para enfrentamento da pandemia

Além da imunização, o sistema educacional necessita de adequações e investimentos, durante a pandemia para atender pedagogicamente os estudantes e assegurar a valorização profissional 

O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) reuniu três convidados em uma live, na quinta-feira (25/02), para apresentar as perspectivas sobre “Retorno às aulas e o papel do Estado, no que tange a garantia de vacina, infraestrutura adequada e contrato de trabalho”. O debate foi mediado pela secretária de Políticas Educacionais do Sintep/MT, Guelda Andrade.

A vice-presidente da Internacional da Educação para a América Latina (IEAL) e secretária Geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação (CNTE), professora Fátima Silva; pelo assessor Jurídico da CNTE, Eduardo Ferreira; e, pelo suplente de deputado estadual e dirigente do Sintep/MT, professor Henrique Lopes, fizeram as abordagens do tema proposto. 

Negacionismo

Para a professora Fátima, apesar das condições educacionais diferenciadas dos países de primeiro mundo (estrutura física das escolas, nível cultural das famílias), em comparação ao Brasil, o enfrentamento dado à pandemia também foi outro. “O Brasil, assim como os demais países negacionistas registram os maiores números de vítimas. Os governos fizeram a política da morte”, destacou.

Para a “concertação” necessária do enfrentamento a Covid-19 no Brasil, será necessária a vacinação, testagem em massa, isso para que a doença saia do estágio de pandemia, para endemia. Com a mutação do vírus, a educadora acredita que o sistema remoto se consolidará como medida alternativa. A dirigente destacou também que apesar da pandemia não ser culpa do governo brasileiro, as mortes que advirem da política irresponsável será. “Aprendizagem se recupera, vidas não”.

Direitos

Apesar da política de desmonte, o assessor Jurídico da CNTE, Eduardo Ferreira, acredita na organização social como mecanismo para resistência e retomada de direitos da carreira. Na educação brasileira a territorialidade determinará qual o melhor modelo de contrato de trabalho a ser realizado. Porém, alerta que a própria alteração da CLT e portarias federais tratam de teletrabalho, mas sem regulamentação. “Agora é o momento da organização e não de deixar ao “bel prazer” dos políticos”, destacou. 

Tem que negociar plataformas tecnológicas públicas, equipamentos, direito do trabalhador, tecnologia e até mesmo mesas e cadeiras ergométricas para assegurar a saúde do trabalhador dentro dessa nova forma de dar aulas. “Precisamos fazer o diálogo produtivo e propositivo com todos os envolvidos participando associação de pais, estudantes e sindicatos”, defendeu.

Mato Grosso

O professor Henrique Lopes citou a partir da experiência como deputado estadual em 2020, e de suas visitas às escolas do estado, a falta de condições das unidades para receber profissionais e estudantes antes que sejam imunizados. “Até o mês de novembro nenhuma escola apresentou condições para receber os estudantes”, informou, citando falta de distanciamento, máscaras e álcool gel ou desinfecção. 

O dirigente do Sintep/MT relatou que o caos em Mato Grosso se deve ao posicionamento do governo. Segundo ele, só o estado se destacou nacionalmente como o primeiro a realizar um debate amplo com segmentos da sociedade, e do próprio governo, para propor resoluções à educação durante a pandemia. “A Assembleia Legislativa, a partir da Comissão de Educação presidida pelo Deputado Valdir Barranco, construiu o projeto durante quatro meses. Mas as orientações, que tiveram inclusive diretrizes da CNTE, não foram colocadas em prática”, disse

Enquanto deputado estadual Henrique Lopes cita a elaboração de três projetos de lei importantes, que apresentavam propostas de condições de voltas às aulas de maneira segura, aquisição de equipamentos para conduzir aulas remotas e regulamentação do trabalho remoto. São ensaios já prontos em Mato Grosso. Contudo, foram vetados pelo governador ou arquivados na Casa de Leis. “As pautas na ALMT são alvo de retrocesso arrocho, em função da pandemia, precisamos encontrar formas de resistências para reduzir esse ataque na classe trabalhadora”, conclui.

Assista ao vídeo da LIVE do Sintep-MT completo com o tema: Retorno às aulas e o papel do Estado, no que tange a garantia de vacina, infraestrutura adequada e contrato de trabalho. 

                              Fonte: Assessoria/Sintep-MT.

Cuiabá, MT - 26/02/2021 16:37:45


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