Cerca de 70 profissionais da Educação participaram no último final de semana (24 e 25) do I Seminário Estadual sobre Gênero e Diversidade Sexual e III Seminário do Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas. Os eventos foram realizados simultaneamente pelo Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), no auditório da entidade.

Diversos assuntos foram abordados no intuito de propiciar momentos de discussão sobre os temas, tendo como foco a educação para os direitos humanos. Segundo o secretário de Políticas Educacionais do Sintep/MT, Henrique Lopez Nascimento, a sexualidade ainda é um assunto velado pelos próprios profissionais e cabe também aos sindicatos auxiliar no processo de desmistificação de preconceitos. "Quebrar alguns tabus garantem inclusive um melhor desempenho profissional já que os assuntos são tratados de forma responsável e esclarecedora com os alunos", disse.

Já a vice-presidente do Sintep/MT, Jocilene Barboza dos Santos, lembrou, no entanto, que mesmo diante das discussões, não cabe ao sindicato ocupar as ações que são da alçada governamental. "Mas não vamos, de forma alguma, substituir as ações governamentais. Cabe ao sindicato fomentar discussões e mostrar apontamentos para que o governo garanta efetividade na aplicação das políticas públicas ligadas à saúde e à educação", afirmou.

O evento contou com a participação do presidente da ONG Livre-mente, Clóvis Arantes, que proferiu a palestra "Orientação sexual e identidade de gênero: pela promoção dos direitos LGBTs". "É preciso entender a construção da sexualidade e das identidades de gênero para que o professor fortaleça o seu conhecimento e tenha mais propriedade para tratar dos temas nas escolas especialmente com os adolescentes", disse.

Clóvis, que é professor, lembra que o papel dos profissionais da Educação está também em desmistificar preconceitos aprendidos pelos adolescentes no que tange à saúde e prevenção. "Informação e conhecimento são coisas distintas e é preciso que os alunos apliquem cada vez mais o que tem de conhecimento, como a necessidade do uso da camisinha, para evitar problemas futuros como contrair doenças sexuais e gravidez indesejada".

Os profissionais da Educação também tiveram acesso aos materiais do governo federal para trabalhar o Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas assim como planejaram as atividades para o Dia Mundial de Combate a AIDS, celebrado no dia 1° de dezembro.

Bom exemplo - A experiência da Escola Estadual Padre José Maria do Sacramento, de Nova Brasilândia, município localizado a 223 quilômetros de Cuiabá, foi apresentada pela professora Rosane Behling. Em 2009, cerca de 40 alunos do 3° ano do Ensino Médio foram transformados em agentes multiplicadores por meio do envolvimento em temas como gravidez na adolescência, drogas, homofobia, racismo e gênero e DST e HIV/AIDS. "Todos se empenharam e trouxeram, por meio de apresentações de teatro que envolveram toda sociedade, informações importantes e esclarecedoras sobre esses temas", revelou a professora. A iniciativa serviu ainda de grande incentivo para que os educadores de todas as áreas do conhecimento se envolvessem com o projeto. "Algumas dificuldades relatadas pelos próprios professores em abordar os temas foram transpostas com essa iniciativa", pontuou. Este ano o projeto contempla uma gincana educativa que, além dos temas abordados no ano passado, ainda incluem assuntos como dengue, sexualidade e abuso sexual.

Cuiabá, MT - 27/09/2010 00:00:00


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