O Ministério da Educação (MEC) divulgou hoje (24) o valor do Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN) do magistério público em 2011. O reajuste foi de 15,8%, elevando o piso de R$ 1.024 para R$ 1.187. Apesar de a Lei 11.738/08, que instituiu o piso, determinar a atualização com base no percentual de crescimento do valor por aluno estabelecido pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), o novo valor não segue essa diretriz.

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), Gilmar Soares Ferreira, desde o primeiro reajuste, em 2010, o MEC não se baseia na Lei. "Lamentavelmente o Ministério está acatando o parecer emitido pela Advocacia Geral da União (AGU), que não leva em conta o reajuste sobre o valor que deveria ter sido reajustado já em 2009". Isso quer dizer que, ao corrigir o piso em janeiro de 2010, o MEC levou em consideração o valor de R$ 950,00, que entrou em vigor em 2008, e deveria ser atualizado em janeiro do ano seguinte.

Assim como a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), o Sintep/MT insiste que o valor anunciado pelo MEC ficou abaixo das estimativas calculadas pela categoria, que reivindica um mínimo de R$ 1.597 com aumento de 21%. "No nosso entendimento, amparado pela Lei, a base de cálculo de reajuste usada pelo Ministério está errada", afirmou o presidente da CNTE, Roberto Leão.

Além disso, o PSPN ainda é desrespeitado na maioria dos Estados e municípios brasileiros. Gilmar Soares esclareceu também que a Lei do piso estipula claramente o valor para uma jornada semanal de, no máximo, 40 horas e não, de 40 horas apenas. "Portanto, este é um ponto que deve ser definido por professores e prefeitos de forma conjunta", ressaltou. A legislação também determina que Estados e municípios que não conseguirem pagar o mínimo estabelecido receberão complementação da União.

Critérios - De acordo com o MEC, houve uma flexibilização das regras para que mais secretarias de Educação possam receber os repasses. Para isso, os órgãos precisam seguir alguns critérios, como aplicar 25% das receitas em Educação, dispor de plano de carreira para o magistério aprovado em Lei e demonstrar "cabalmente" o impacto do cumprimento do piso no orçamento do Estado ou município. Segundo o MEC, há reserva de R$ 1 bilhão no Orçamento para suprir essa demanda.

Outro fator emperra o cumprimento da lei pelas secretarias de Educação: desde 2008 está parada no Supremo Tribunal Federal (STF) uma ação impetrada por cinco governadores que questiona alguns dispositivos do projeto. O julgamento foi interrompido naquele ano por um pedido de vistas e não foi concluído. "Isso cria uma insegurança jurídica que só beneficia Estados e municípios, mas não beneficia os professores e a Educação. Enquanto a questão não é resolvida, prefeitos e governadores oportunistas se valem disso para não colocar nada em prática", critica o presidente da CNTE. A categoria prepara para abril uma grande mobilização pelo cumprimento da Lei com eventos em todo o País.


Cuiabá, MT - 24/02/2011 00:00:00


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