A rede de ensino do município de Cláudia, a 608 km de Cuiabá, passou por reestruturações significativas após a greve do ano passado dos trabalhadores da educação, marcada por ameaças de morte e descumprimento de acordo por parte do prefeito Vilmar Giachini. Três escolas da rede municipal foram fechadas e algumas repassadas à responsabilidade da Secretaria de Estado de Educação (Seduc). Essas e outras mudanças visavam a extinção de uma disparidade no atendimento da demanda, já que a rede municipal acolhia 60%, enquanto a estadual, apenas 40%.

As alterações também apontavam, consequentemente, a concessão do reajuste do piso salarial da categoria. Em maio deste ano, os professores foram contemplados com aumento de 15% e o piso passou de R$ 765,03 para R$ 879,78. "Mas o reajuste não foi aplicado aos funcionários da educação, o que desrespeita a carreira única instituída pelo PCCS (Plano de Cargos, Carreiras e Salários) vigente", explica o diretor do polo regional Nortão III do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), Antônio Cândido da Silva.

Por conta disso, os funcionários da educação iniciaram uma "operação tartaruga" no dia 30 de maio em que reduziram a jornada de trabalho pela metade. Sem avanços, eles deflagraram greve no dia 03 de junho e, no final do mês, constataram que o prefeito cortou os salários dos grevistas. "Novamente, temos uma atitude intransigente do Executivo Municipal", protesta o sindicalista. Segundo ele, a subsede do Sindicato impetrará um mandado de segurança ainda esta semana junto à Justiça a fim de resguardar o direito dos profissionais.

Arbitrariedade - Antônio Cândido lembra que o direito de greve está assegurado na Constituição Federal e que a reivindicação é legítima. "Por meio do argumento infundado de que utilizou a sobra de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) para o reajuste dos professores e que ela não foi suficiente para conceder o aumento aos funcionários, o prefeito está agindo de forma arbitrária, sem cumprir o que está no PCCS", lamenta.

Outra preocupação do diretor regional do Sintep/MT é que pessoas não qualificadas para a função e ligadas ao gestor foram contratadas para assumir as tarefas dos técnicos administrativos e profissionais de Apoio. De acordo com ele, a situação não atende completamente a demanda, além de se tratar de pessoal não qualificado.


Cuiabá, MT - 20/07/2011 00:00:00


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