Dossiês sobre a situação das escolas e cartas ao prefeito escritas pelos próprios alunos foram expostos hoje (16) de manhã, na Praça da Igreja Nossa Senhora do Carmo, em Várzea Grande. A atividade integra a paralisação nacional organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). Além disso, houve assembleia geral, em que os trabalhadores da educação decidiram aguardar até o dia 31 de agosto uma contraproposta do prefeito atual, Tião da Zaeli.

O prazo foi solicitado pelo gestor, que assegurou o encaminhamento do documento nos próximos dias. Caso não haja avanço, a greve pode ser retomada no dia 31 de agosto, quando a categoria realiza assembleia geral, às 8h30, na Escola Estadual Professora Adalgisa de Barros, em Várzea Grande. Os trabalhadores da educação deliberaram ainda a realização de uma grande marcha, com a adesão de várias entidades e a população, no dia 24 de agosto, com concentração às 8h, na Praça da Igreja Nossa Senhora do Carmo.

Segundo a presidente da subsede do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), Maria Aparecida Cortez, o prefeito Murilo Domingos, que recentemente teve o mandato cassado, não aplicou a Lei 3.606 que aprovou a reposição salarial de 15,85%. "Este município é um dos que tem o salário mais baixo em todo o Estado, um descaso com a categoria e toda a população", disse, referindo-se ao piso atual de R$ 760,00. Apesar de a Lei ter sido aprovada este ano pela Câmara Municipal, após a greve dos profissionais da educação, até o momento não foi cumprida.

Segundo o presidente do Sintep/MT, Gilmar Soares Ferreira, esta realidade assola principalmente as redes municipais. "Muitos gestores se negam a aplicar a Lei do Piso, por isso é fundamental que os profissionais se organizem nos municípios, hoje e durante todo o ano", frisou. Desde que a Lei 11.738 foi aprovada, em 2008, a categoria enfrenta diversos obstáculos para garantir sua implementação. "Vencemos as batalhas junto ao Congresso Nacional, presidente do Brasil, STF (Supremo Tribunal Federal) e agora temos que vencer mais uma, desta vez enfrentando os gestores municipais".

Para Cida Cortez, o problema não é a falta de recursos, mas a má gestão da aplicação em Educação. "O desvio de dinheiro é claro em Várzea Grande, basta olhar os dossiês e as cartas que denunciam o caos em que as escolas se encontram, com falta de infraestrutura, de valorização profissional, alimentação, enfim, um total abandono". Fotos das creches do Parque São João e da Vila São João que, desde que foram construídas, há três anos, não funcionam, são alguns exemplos.

Más condições - Em outros casos, os dossiês apontam as condições precárias em que os alunos estudam, a exemplo da Escola Antonio Salustio, onde os próprios professores e funcionários da Educação fizeram reparos no forro da sala de aula. "Assim que retornamos da greve, em junho, o teto havia desabado passaram-se dias e a prefeitura não tomou providências. Arrumamos uma solução paliativa, mas a escola precisa de reparos, além do número de trabalhadores, que é insuficiente", denunciou a funcionária da Educação Carita Duarte, que trabalha na escola localizada no Bairro Capela do Piçarrão.

Além das fotos e relatórios elaborados pela categoria, os estudantes demonstraram a indignação por meio de cartas remetidas ao prefeito. Os textos contêm reclamações não só relacionadas à Educação, mas aos problemas gerais de Várzea Grande, como segurança, saneamento básico, entre outros. Todo o material exposto será sistematizado e cópias serão entregues à prefeitura e ao Ministério Público.

Cuiabá, MT - 16/08/2011 00:00:00


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