Profissionais e alunos da educação estadual de Mato Grosso lotaram o Plenário Renê Barbour da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), hoje (17) de manhã. A participação dos manifestantes na sessão ordinária da Casa de Leis marcou a abertura da vigília organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT). O ato público permanece até as 18h, com o objetivo de cobrar o piso salarial de R$ 1.312,00, mais investimentos em Educação, entre outras reivindicações.
Na ocasião da suspensão da
greve na rede estadual, em julho deste ano, o governo do Estado se comprometeu
a implementar o piso em dezembro de 2011, mas a categoria reivindica o R$
1.312,00 imediato. "Há condições para a aplicação do piso salarial em setembro
e nós não abrimos mão, assim como da hora atividade aos interinos e mais
investimentos que garantam Educação pública de qualidade", frisou o presidente
do Sintep/MT, Gilmar Soares Ferreira.
A princípio, os deputados
estaduais abriram a sessão e suspenderam, em seguida. "Mas, nós vamos entrar
mesmo assim para demonstrar à sociedade como a Casa Cidadã se manifesta diante
das nossas cobranças", acrescentou o sindicalista. Após a acomodação dos
estudantes no plenário, que chamavam os parlamentares a comparecerem, a sessão
foi finalmente aberta. Os manifestantes exibiram cartazes, faixas, dossiês
sobre a situação das escolas e cartas com relatos e anseios de profissionais e
alunos.
Foram expostos casos como o
da Escola Estadual Professora Nadir de Oliveira, de Várzea Grande, que desde
que foi construída, há 33 anos, não passou por reformas. "Nós recebemos
equipamentos tecnológicos, mas não há suporte para utilizá-los, a rede elétrica
não tem capacidade sequer para o que podemos oferecer no momento", denunciou a
diretora da escola, Suerlei Nunes Minas Novas. Segundo ela, os alunos
compareceram à mobilização porque estão indignados com o descaso do Executivo
Estadual.
Valorização profissional - A candidata à presidência do grêmio estudantil da Escola
Nadir de Oliveira, que hoje atende 1.500 alunos, Thatielle Repolho, a estrutura
da escola é muito deficiente. "Enquanto nós temos infiltração nos banheiros, na
sala de aula, água quente para beber, os políticos estão aqui em cadeiras
almofadadas, no ar condicionado, ignorando o que ocorre lá fora", protestou. Para
ela, os profissionais da educação são fundamentais para o desenvolvimento do país
e, por isso, precisam ser valorizados.
Com apenas 15 anos, a jovem
destacou ainda que há dois anos o colégio recebeu o Ensino Médio Integrado à
Educação Profissionalizante (Emiep) em Vendas, curso profissionalizante de
iniciativa do governo de Mato Grosso. Apesar disso, não há condições para o
desenvolvimento das aulas. "Necessitamos de laboratórios e outras condições
urgentes para que esse curso técnico seja uma realidade", acrescentou Thatielle
Repolho.