Profissionais da educação de 75 municípios participaram, no último final de semana, dias 11 e 12, do primeiro Conselho de Representantes do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), no Hotel Fazenda Mato Grosso. "As aulas começaram e percebemos que as soluções prometidas pelos gestores não aconteceram e continuamos com os mesmos problemas", afirmou o presidente da entidade, Gilmar Soares Ferreira.

Um dos pontos de pauta foi a valorização dos profissionais da educação, especialmente no que tange a implementação por parte dos gestores do Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN), que é de R$ 1.312,00, ano base 2010. "Infelizmente ainda há municípios que, além de não possuírem um Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), também não incluíram nele os funcionários das escolas", lamentou o sindicalista.

Isso porque o Ministério da Educação (MEC) deve anunciar em breve o reajuste do PSPN para R$ 1.450,75, mantendo a sistemática da relação com o custo por aluno do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), conforme determina a Lei 11.738, devendo ser assegurado para o ano de 2012 um percentual de 22,22%. Esse valor ainda está aquém do cálculo feito pela Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE), que é de R$ 1.937,26.

A qualidade do ensino também compôs as discussões, especialmente em relação aos investimentos na estrutura física das unidades escolares até a formação e capacitação dos profissionais, além das políticas de aprendizagem. Um dos aspectos preocupantes desse quadro é a questão dos contratos temporários. Segundo levantamento feito pelo Sintep/MT, 50% das contratações feitas pelo Estado são temporárias. "Além da precariedade das atribuições das aulas, essa relação de trabalho prejudica a elaboração de um projeto pedagógico já que compromete a vivência desse profissional na comunidade escolar, causando rotatividade nos quadros e a incerteza de um ensino de qualidade", avaliou o secretário de Comunicação do Sindicato, Julio Cesar Martins Viana.

Falta de repasse - As questões administrativas e previdenciárias também foram abordadas. "Apesar de terem Fundos Previdenciários, há municípios que se apropriam desses recursos para investimentos em outras áreas, o que significa que há servidores públicos que vão ficar sem receber recursos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) devido a problemas nos repasses", denunciou Gilmar Soares. "E isso não acontece somente no município. O Estado também não vem efetuando esse repasse", acrescentou.

Uma das preocupações do Sintep/MT é que, por causa das eleições, as lutas tornem-se mais abreviadas, em razão dos prazos definidos pela Justiça Eleitoral para que gestores, nas esferas municipal e estadual, atendam as reivindicações. "O resultado dos debates promovidos no Conselho será endossado no próximo encontro, para pleitearmos uma audiência com os gestores, especialmente com o secretário de Estado de Educação, Ságuas Moraes".

Participação - Outro assunto discutido foi a greve geral da educação básica pública marcada para os dias 14, 15 e 16 de março, movimento que tem como objetivo lutar pelo piso salarial, carreira e os 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a Educação. Para o presidente da subsede de Luciara (1.166 quilômetros de Cuiabá), Jonas Ribeiro Alencar, estar presente no Conselho de Representantes é essencial. "Participar deste encontro é muito importante para levarmos aos gestores as reivindicações que visam melhorias na Educação". Opinião compartilhada pela representante da subsede de Campinápolis (658 km de Cuiabá), Camilia Rodrigues. "Percebemos a força do Sindicato e cada participação do município no Conselho resulta em conquistas aos profissionais da região", sintetizou.

Cuiabá, MT - 13/02/2012 00:00:00


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