"É inacreditável o que estamos vivendo em Mato Grosso. Temos professores classificados em concurso e alunos sem aula por falta professores nas escolas públicas estaduais". O desabafo é do presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), Gilmar Soares Ferreira, que visitou, na manhã desta quinta-feira (16), o município de Jangada, a 82 km de Cuiabá .
De acordo com as informações repassadas pelos trabalhadores locais da rede estadual de ensino, há escolas com problemas no quadro de educadores, como as unidades Professor Arlindo de Souza Bruno e Arnaldo Estevão de Figueireido. Numa delas, ainda falta professor de matemática. Em consequência disso, os alunos vão embora mais cedo, situação que deixa os pais preocupados e aflitos por justificativas pela falta de professor.
Outro problema levantado pela categoria é o baixo número de professores efetivos nas escolas. "Há situações em que as unidades contratam pessoas leigas para ministrarem as aulas", lamentou. Para o presidente do Sintep/MT, a situação causa indignação, pois muitos profissionais classificados no concurso público não foram convocados pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT).
Ainda de acordo com Gilmar Soares, a realidade da Educação em Jangada não é única. "Em Várzea Grande, por exemplo, temos vários cargos livres e muitos professores temporários", criticou. Ele questionou que, no Diário Oficial do Estado (DOE) do dia 13 deste mês não houve convocação de professores para a disciplina de Química.
Orientação- A Direção Central do Sintep/MT orienta que os trabalhadores da educação formulem denúncia junto ao Ministério Público e enviem cópias ao Sindicato, para divulgação na tentativa de, o mais breve possível, resolver a questão, uma vez que a validade do concurso expira em junho deste ano. A direção das subsedes do Sintep/MT também irão reunir documentos que comprovem a existência de cargos livres em várias disciplinas.
Segundo o presidente da entidade, o professor classificado no concurso é o mesmo que atribui as aulas como contratado temporariamente. "Mas, o governo não reconhece a contradição", repreendeu. "É importante também que os trabalhadores, incluindo cargos de Apoio e Técnico, anexem cópias do próprio contrato de interino, a fim de comprovar que existem inúmeros contratos temporários, apesar da existência de classificados no concurso", acrescentou.
Paralisação - O Sintep/MT está preparando uma mobilização para protestar contra estas e outras arbitrariedades praticadas pelo Governo do Estado. Nos dias 14, 15 e 16 de março haverá manifestações, passeatas e audiências em diversos municípios. Todos estarão mobilizados na 'Greve Nacional em Defesa do Piso Salarial Nacional, Carreira e 10% do Produto Interno Bruto (PIB) no Plano Nacional de Educação (PNE)'.
Para Gilmar Soares, em Mato Grosso o protesto se estende também pelo vergonhoso processo de atribuição de aulas, que vem favorecendo a quebra da jornada de 30 horas pela Seduc. "Vamos cobrar o direito de aposentadoria que está sendo negado pelo Poder Público", frisou, referindo-se à suspensão  dos agendamentos de aposentadoria dentro de 15 minutos, a posse dos classificados nos cargos de Técnico Administrativo Educacional e Apoio Administrativo Educacional, além de outros pontos de reivindicação da categoria.



 

Cuiabá, MT - 16/02/2012 00:00:00


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