Mulheres CUTistas de todo o
Brasil, representando os mais diversos ramos de atividade econômica e
categorias profissionais, estiveram reunidas nos dias 15 e 16 de fevereiro, na Capital
paulista, para discutir a paridade de gênero. Inicialmente, o debate foi
aprovado na 13ª Plenária Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT),
realizada em
De acordo com a secretária
de Formação Sindical do Sindicato
dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), Marli
Keller, que participou do encontro, o seminário é para levar a bandeira das
mulheres para o seminário nacional
do coletivo de mulheres da CUT. Na ocasião, foram discutidas estratégias
de como realizar a mobilização sobre a ótica das mulheres. A proposta será
levada ao 11º Congresso Nacional da CUT (CONCUT) que acontece em julho deste
ano, onde será submetida à votação.
Ainda de acordo com Marli
Keller, o debate visa à igualdade entre os gêneros. "A própria Constituição
garante este princípio. Então, porque não tornarem justas a nossa representação
nas instâncias da CUT". Segundo ela, o diálogo e os debates são importantes para
sensibiliza todos os sindicalistas.
"Em
A participação sindical das
mulheres ainda é muito inferior a sua inserção no mercado de trabalho. As
mulheres representam 42,6% da População Economicamente Ativa (PEA) e somam
apenas 17,3% das pessoas sindicalizadas (dados de 2009). A ausência de
trabalhadoras nesses espaços tem reflexos na organização sindical e nas pautas
de negociações que atingem diretamente a vida das trabalhadoras.
Segundo Aparecido Donizeti,
da Executiva Nacional da CUT, "a CUT acerta ao trazer à tona essa discussão. Ao
longo desses quase 30 anos é momento de reconhecer a importância das mulheres
nas decisões políticas, não só no meio sindical, mas em todos os espaços de
poder".
No debate de abertura, Tatau
Godinho, subsecretária de Planejamento e Gestão Interna da secretaria nacional
de Políticas para as Mulheres, e Junéia Martins Batista, secretária nacional da
Saúde do Trabalhador da CUT, falaram sobre a importância e o sentido político
da paridade. "A paridade não pode ser encarada apenas como um mecanismo, como
muitas vezes acontece em nossa organização dos espaços políticos. Ela só terá
eficiência se combinarmos o fortalecimento das mulheres como dirigentes e sua
autonomia pessoal. Esta responsabilidade tem que estar no cotidiano e deve ser
do conjunto da sociedade e não só das mulheres", diz.
Odete Gomes, presidente da
CUT Amapá coordenou a mesa. Juneia Batista falou de experiências mundiais sobre
igualdade de gênero, apresentando algumas conquistas da Internacional dos
Serviços Públicos (ISP), entidade que
Na parte da tarde, Maria
Mendes, dirigente que coordenou a Comissão Estadual sobre a questão da Mulher
Trabalhadora da CUT-SP, fez um breve resgate do tema a partir das discussões
que ocorriam à época que antecedeu a criação do que hoje é a atual secretaria
da Mulher Trabalhadora. Patrícia Pelatieri da subseção do Dieese da CUT
Nacional e Marilane Oliveira, assessora da Confederação Nacional do Ramo
Químico (CNQ), participaram do debate "Limites da Atuação das Mulheres nos
Espaços Políticos". Foi apresentado um estudo com indicadores da desigualdade
de gênero no Brasil, alguns diagnósticos e reflexões para a mudança dessa
realidade. Rosimeire dos Santos, secretária de Gênero da CNQ coordenou a mesa.
Campanha Liberdade e
Autonomia se constrói com Igualdade: Paridade Já!
"Central Única das
Trabalhadoras e dos Trabalhadores" - foi a frase de ordem entoada pelas mais de
60 mulheres que participaram do encontro ao aprovarem a campanha
"Liberdade e Autonomia se constrói com igualdade: Paridade Já!"
"A proposta é que seja uma
campanha permanente até que se conquiste a paridade. Por isso, é de extrema
importância que esse debate seja levado aos estados, ramos e sindicatos, de
forma a garantir a discussão do tema nas atividades que antecedem o CONCUT",
ressalta Rosane Silva.
Rosane Bertotti, secretária
nacional de Comunicação da CUT, reiterou que a divulgação e a participação
massiva das mulheres CUTistas são fundamentais para a efetividade da campanha.
"Além dos materiais usuais como camisetas, folhetos, cartazes, hoje o uso das
redes sociais tem o poder de potencializar ações como estas e sensibilizar mais
pessoas para o tema paridade, inclusive as que não estão no movimento
sindical".
No último dia do evento,
quinta-feira (16), as mulheres se reuniram em grupos de trabalho para discutir
estratégias. Foi aprovado um conjunto de ações e um calendário de atividades
até 11º CONCUT.