O escândalo da Conta Única, agora denunciado pela imprensa, que envolve milhões de reais pagos "por fora" pelo governo do Estado e sem respeitar às vinculações constitucionais, é uma prática contínua em Mato Grosso.
As lutas travadas pelo Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) contra o governo Maggi sempre traziam um teor de denúncia: a falta de autonomia financeira da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e a centralização da arrecadação estadual na Conta Única gerenciada pela Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz), que retira volumes significativos de recursos da Educação. O escândalo em curso responde às perguntas da imprensa, em tempos de negociação salarial, de o porquê os números da arrecadação apresentados pelo Sintep/MT nunca baterem com os do governo estadual. E, lamentavelmente esta situação ainda persiste no governo Silval Barbosa.
Neste momento, o que mais estranha é o silêncio das instituições e autoridades: do Executivo ao Legislativo Estadual, passando pela Justiça e até mesmo o Tribunal de Contas do Estado (TCE). É um silêncio funesto! Pois, cada real desviado, sem respeitar as vinculações constitucionais, proporciona a morte e sérios prejuízos àqueles que mais necessitam de políticas públicas como educação, saúde e segurança pública. E a classe trabalhadora ainda é condenada a se submeter à sanha privatizadora do governo atual.
O Sintep/MT mais uma vez reafirma, em sua pauta de reivindicação, a necessidade de garantir o repasse automático dos recursos da educação para a Seduc/MT. Essa é a única forma de garantir a lisura na transferência dos recursos constitucionais que, em Mato Grosso, deveriam ser de 35% como preceitua a Constituição Estadual.  É também a possibilidade de mais investimentos na escola pública, a fim de atender a população com ensino público de qualidade, escola em tempo integral e ensino profissionalizante para os/as jovens mato-grossenses.
Os/as trabalhadores/as da Educação exigem mais respeito das autoridades e instituições públicas para o cumprimento de direitos básicos como educação, saúde, segurança e moradia. Exigem a apuração completa do escândalo da Conta Única e o repasse automático dos recursos para a conta da Educação.
É preciso dar um basta na triste condição da educação de financiadora do agronegócio e, no momento, das obras da Copa de 2014.
Os/as trabalhadores/as da Educação exigem ainda que o Tribunal de Contas do Estado tenha a capacidade de cumprir seu papel na observância da aplicação dos recursos constitucionais. Pois, infelizmente, não só fecha os olhos aos desvios como ajuda a promovê-los como, por exemplo, no caso do Acórdão 1.089/2004 que possibilitou ao governo do Estado desviar, entre 2004 e 2010, mais de 300 milhões de reais do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) da Educação.
O escândalo da Conta Única não pode continuar!
A classe trabalhadora exige os recursos da Educação.

 

Sintep/MT - Livre, democrático e de luta!

Cuiabá, MT - 12/03/2012 00:00:00


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