"O Supremo Tribunal Federal reconheceu o direito da população negra e, neste sentido, ajudou a reparar uma injustiça cometida historicamente contra essas pessoas". Essa foi a avaliação do presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), Gilmar Soares Ferreira, sobre a decisão do STF que estabeleceu que o sistema de cotas raciais em universidades é constitucional.

Na semana passada, o Supremo julgou uma ação proposta pelo partido Democratas (DEM) contra o sistema de cotas na Universidade de Brasília (UnB). A instituição reserva 20% das vagas para autodeclarados negros e pardos. Por unanimidade, em um julgamento considerado histórico, os ministros decidiram que o sistema é constitucional.

A maioria da população negra estuda em escolas públicas e, lamentavelmente, por causa da baixa qualidade de boa parte dessas unidades de ensino, os negros não conseguem ter acesso a instituições públicas de ensino superior, diz Gilmar Ferreira.

"Isso cria uma pirâmide social invertida no país. Os que têm mais condições financeiras, na maioria brancos, que estudaram em escolas particulares, tiveram acesso aos cursinhos preparatórios, têm mais chance de aprovação nos vestibulares de universidades públicas", diz o presidente do Sintep/MT.

O sistema de cotas, continua Gilmar Ferreira, é uma condição fundamental para reverter o quadro atual verificado no setor da Educação no Brasil e pensar o acesso à universidade pública.

"O STF não poderia ter julgado de forma diferente. Se não tivesse aprovado o sistema de cotas, os negros teriam sido execrados publicamente. Todos devem ter direito ao ensino superior público, porque isso também é uma condição de cidadania", frisou.

 

 

Cuiabá, MT - 02/05/2012 00:00:00


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