Escola estadual é assaltada seis vezes, em VG, sem nenhuma ação efetiva do governo para garantir condições dignas de desenvolvimento do projeto pedagógico

O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) vem a público manifestar sua preocupação ante a realidade enfrentada pela comunidade escolar da EE Professora Elizabeth Maria Basto Mineiros, do bairro São Mateus, em Várzea Grande.
A escola foi assaltada pela sexta vez, em 2012, sendo que, para além das perdas materiais, os bandidos agora passaram a ameaçar de morte os profissionais da educação. Por conta da violência social, que adentrou os muros da escola, os/as profissionais suspenderam as aulas, pela segunda vez neste ano, para cobrar providência dos gestores e autoridades.
Lamentavelmente, a luta dos/as educadores/as se arrasta, há alguns meses, sem que as promessas feitas pelo governo se concretizem, deixando a comunidade escolar refém do banditismo que impera em Mato Grosso. 
Não é possível compreender que uma escola, tantas vezes assaltadas, não mereça, já nos primeiros assaltos, todo um trabalho de inteligência das polícias Civil e Militar para desvendar o porquê de os bandidos investirem, com tanta facilidade, contra o patrimônio da escola pública que serve à maioria da população.
Relatos dão conta do desespero dos/as servidores/as das escolas que ao entrarem em contato com a polícia recebem a resposta de que não tem viatura disponível ou está em outra ocorrência. No último assalto, os bandidos tiveram o cuidado de levar o controle remoto do portão da escola para que pudessem retornar no dia seguinte. Infelizmente, por ocasião desse assalto, a polícia só chegou após os vizinhos insistirem e o roubo já ter sido concretizado.
Mas os problemas da escola não param por aí. De certa forma, eles se referem aos problemas que afetam a grande maioria das escolas: falta de infraestrutura predial, sanitária e de rede de energia (a Escola Elizabeth convive com a escuridão e as quedas de energia pela insuficiência de seu transformador); pessoal sobrecarregado e em número insuficiente - como nos casos dos vigias, em sua maioria contratados temporariamente, trabalhando 12 horas quando deveriam trabalhar 10 horas - e recebem abaixo do salário mínimo; o espaço da escola desafia pelo tamanho e, ao redor e dentro, impera a escuridão agravada pela impossibilidade de acender todas as luminárias ou aparelhos de uma única vez. Estas e muitas outras condições têm fragilizado o espaço e o projeto pedagógico da escola.
Diante desse absurdo de violência vivido por essa comunidade escolar, o Sintep/MT conclama as autoridades a agirem, sob pena de acontecer mais uma tragédia dentro dos muros da escola pública em Mato Grosso. O medo está tomando conta da comunidade. Não podemos assistir que profissionais da educação sejam ameaçados de morte e fingir que isto não se concretizará.
Mais do que isso, é preciso garantir as condições para que as escolas e os alunos sejam desafiados pelo conhecimento e não pelos bandidos que agem tranquilamente. E essas condições começam com a aplicação dos recursos constitucionais na educação que, em Mato Grosso, deve ser de, no mínimo, 35% como preceitua a Constituição Estadual. Enquanto perdurar as políticas de isenção e renúncia fiscal, que não respeitam a Constituição e retiram recursos da educação, Mato Grosso continuará a colher baixos resultados na aprendizagem. Se isto é ruim para a educação, é pior para o povo.

Sintep/MT - Livre, democrático e de luta.

Cuiabá, MT - 13/06/2012 00:00:00


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