Trabalhadores da educação e alunos da EE Professora Elizabeth Maria Basto Mineiros, localizada no bairro São Mateus, em Várzea Grande, organizaram um manifesto, na tarde de hoje (13), para denunciar o descaso com a educação e a violência que ultrapassou os muros das escolas. Com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), os manifestantes percorreram as ruas do bairro para retratar a atual situação de insegurança que obrigou a suspensão parcial das aulas desde segunda-feira (11). Os alunos passaram a ter somente uma aula e atividades extracurriculares. Uma reunião para avaliar a situação e a retomada integral das aulas está marcada para amanhã (14).
Só este ano, a escola já foi assaltada seis vezes e os danos vão além das perdas matérias, pois os trabalhadores e alunos passaram a conviver com ameaças constantes dos opressores. O presidente do Sintep/MT, Gilmar Soares Ferreira, participou do manifesto e cobrou ações efetivas dos gestores. "Aqui tem que ter uma ação de estado, nos moldes das UPPs [Unidade de Polícia Pacificadora] do Rio de Janeiro. A comunidade vive uma desassistência. A escola já foi assaltada seis vezes. Falta infraestrutura; falta transformador; falta uma reforma dos muros, e outras pendências", descreveu.
A lista de reivindicação é ampliada pelo coordenador da escola, Adriano Araújo, que denuncia a falta de assistência na comunidade. "Problemas como drogas; a falta de condições de atendimento do Cras [Centro de Referência de Assistência Social], que atende 51 bairros com apenas um psicólogo e um assistente social, refletem dentro das escolas", relatou. O coordenador pede ainda que sejam colocados agentes de pátios nos três períodos de aula e a realização de um estudo pelo poder público para levantar todas as dificuldades enfrentadas pela escola.
Com um ano e meio de dedicação à escola Elizabeth Maria Basto Mineiros, a professora Oséia Bier fala da contradição que existe quanto a cobrança de qualidade no ensino e a falta de estrutura. "Como o Estado pede que garanta uma educação pública de qualidade, sem dar condições para atuarmos?", questionou. A professora ainda relata que para lidar com situações delicadas em que tenham alunos vítimas da violência e das drogas é preciso tentar estabelecer um vínculo com eles.
A direção central do Sintep/MT tem cobrado ações efetivas das autoridades da área de segurança pública e da Secretaria de Estado de Educação (Seduc/MT), dentre elas um maior policiamento no bairro. "A Polícia Militar tem instrumento para identificar os opressores e a função da escola é de denunciar", afirmou Gilmar Soares, que também cobra a aplicação dos recursos constitucionais na educação, que em Mato Grosso deve ser, no mínimo, de 35% como preceitua a Constituição Estadual.

 

Fonte: Pau e Prosa Comunicação

 

Cuiabá, MT - 13/06/2012 00:00:00


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