Sintep/MT aponta que a renúncia fiscal prejudica os investimentos em educação

Fórum Sindical de Mato Grosso defende que a política de incentivos fiscais à iniciativa privada deve ser revista pelo governo estadual. A renúncia do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) e outros produtos representa a sonegação às áreas essenciais, como saúde e educação. A queda nos investimentos nestes setores prejudica diretamente a população.
Ao todo 7 temas foram debatidos em pauta durante a reunião do Fórum Sindical, que reuniu 18 representantes de entidades. O secretário de finanças do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep) Orlando Francisco diz que entre os pontos de mais interesse para os servidores públicos está o Fundo Previdenciário do Estado de Mato Grosso (Funprev), que apresenta nítidos sinais de enfraquecimento.
A dívida do Funprev hoje é de R$ 400 milhões e os indícios são de que todo recolhimento dos servidores da categoria na ativa é direcionado integralmente para pagamento dos aposentados. O Funprev deveria ter reservado um fundo de caixa com as contribuições atuais para os futuros aposentados com base em cálculos atuariais.
A política de renúncia fiscal concedida por meio de isenções a cerca de 300 empresas privadas em Mato Grosso preocupa os sindicalistas. Uma mensagem enviada pelo governo à Assembleia Legislativa (AL) pretende alterar a legislação referente ao assunto, no sentido de afrouxar os critérios e permitir que novas empresas se candidatem. "Isso tem trazido prejuízo para áreas essenciais, porque retira recursos que seriam investidos em serviços à população", pontua Orlando.
O Fórum Sindical solicitou à Secretaria de Estado de Administração (SAD) apresentação de um estudo que liste o valor por pasta de governo que poderá ser perdido em receita com a possível aprovação da nova legislação. Os representantes questionaram ao secretário qual a contrapartida que a população mato-grossense tem com a renúncia fiscal e que a mensagem em tramitação na AL seja avaliada com moderação e não em regime urgente.

Outros 5 pontos discutido entre o Fórum Sindical e a SAD estão diretamente relacionados aos servidores públicos. Veja o que foi reivindicado e o encaminhamento dado na reunião realizada segunda-feira (1):

-Consignum: A empresa terceirizada responsável pelo gerenciamento da folha de pagamentos dos servidores públicos de Mato Grosso apresenta problemas no sistema. Os sindicatos de base não conseguem efetuar a inserção de novos filiados no sistema da Consignum para que o desconto da contribuição sindical seja feito na folha de pagamento. Outro problema é a não efetivação do desconto por causa do limite de margem imposto às entidades sindicais. O Fórum exigiu do governo uma solução para o assunto até o dia 10 de abril;
-Repasses e contribuições mensais de consignação: Sindicatos têm sofrido com atraso de até 90 dias no repasse das contribuições sindicais dos servidores. A SAD coloca empecilhos e alega problemas técnicos na Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) e informou que os atrasos podem persistir por mais 40 dias.
- MT Saúde: O plano tem provocado descontentamento nos últimos anos devido à desfiliação de vários profissionais da operadora. A SAD informou que estão sendo contratados novos servidores de carreira da saúde para prestar atendimento aos associados. Mas, concretamente não foram credenciados médicos, especialistas para principalmente atender o interior.
A SAD apresentou uma planilha de custos de fevereiro deste ano, em que foram investidos R$ 8,5 milhões para manutenção do MT Saúde. Desse montante, R$ 3,5 milhões foram custeados pelos servidores e R$ 5 milhões pelo governo. O secretário da pasta Francisco Faiad afirmou que no próximo mês o sistema será dividido entre as partes, sendo a contrapartida de 50% do governo estadual, já que todas as dívidas passadas foram pagas.
O Fórum Sindical questionou os custos nos últimos meses com atendimentos, já que é notória a ausência de prestação de serviços. Os representantes das bases aguardam apresentação de dados pela pasta;
-Recomposição salarial: Em reunião o secretário da SAD Francisco Faiad afirmou que o governo manterá sinalizado o aumento de 6,2% linear este ano para todas as carreiras do serviço público em Mato Grosso. Faiad afirmou que a decisão do governo não será superior às negociações empreendidas por outros secretários das pastas, o que contraria as negociações do Sintep/MT, por exemplo. A categoria realiza este mês greve estadual por melhor percentual que valorize os profissionais da educação;
-Assédio moral: A lei complementar nº347/2009, a Lei do Assédio Moral, criada com base na lei complementar 4 de 1990 e que está em vigor, está ultrapassada. Os representantes sindicais defenderam a reformulação de uma nova mensagem que puna os agressores que praticam com freqüência crimes contra os servidores públicos. Em todas as áreas as denúncias têm sido recorrentes e o secretário de finanças do Sintep/MT Orlando Francisco diz que todos afirmaram que a discussão precisa continuar para avançar nesta questão. "Atualmente estamos todos na mão do governo e precisamos mudar a realidade".

Cuiabá, MT - 04/04/2013 00:00:00


Print Friendly and PDF

Exibindo: 5261-5270 de 7589

Facebook

Curta nossa página no Facebook

Twitter

Siga nosso perfil no Twitter