Paralisações foram deliberadas durantemobilização nacional Os
trabalhadores das redes municipais de educação de Sinop, Jangada e Curvelândia
estão com as atividades paralisadas por tempo indeterminado. Cerca de 1,5 mil profissionais entre
professores, técnicos e apoios administrativos lutam por melhorias das condições
de trabalho e valorização profissional. Em Sinop os educadores intitularam a
mobilização "por tempo determinado pelo prefeito", pois o Executivo não avança
na pauta de reivindicações. A
deliberação pela greve por tempo indeterminado em Sinop (500 km ao Norte da
Capital) ocorreu na última semana nacional de paralisação em defesa e promoção
da educação pública. A presidente da
subsede do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT)
Sidinei Oliveira Cardoso afirma que as discussões com o prefeito ocorrem desde
o início do ano sem avanço. A
categoria reivindica a aplicação do piso salarial de R$ 1.567 para todos os
trabalhadores. Porém a Prefeitura oferece o reajuste apenas aos professores. O
cumprimento de jornada de 40 horas semanais também leva os profissionais a
exigirem a equiparação salarial com educadores da rede estadual. Na pauta ainda
consta a reivindicação pela regulamentação da jornada de 30 horas semanais para
o apoio administrativo. Apesar de ser cumprida há 14 anos na prática esta carga
horária, a falta de um decreto possibilita ameaças na mudança da exigência.
Sidinei diz que na última greve o prefeito havia se comprometido a assinar o
decreto. Somente após a deflagração da greve o gestor atendeu. Em relação ao
piso a presidente da subsede afirma que as categoria não aceita as oferta do
prefeito em reajustar o piso do corpo docente, parcelando em 6 vezes e não
contemplar os demais cargos. "Por isso dizemos que a nossa greve é por tempo
determinado pelo prefeito por culpa do prefeito". Atualmente o piso inicial
para nível médio é de R$ 1456 para 40 horas. Segundo
Sidinei 85% dos trabalhadores estão paralisados, suspendendo as atividades em
36 escolas da rede municipal. Diariamente cerca de 150 educadores se concentram
em frente à Prefeitura, onde estão acampados, para cobrar uma resposta do
governo. Na última segunda-feira (29) os trabalhadores realizaram uma caminhada
até o Ministério Público, onde denunciaram a inclusão de funcionários de outras
secretariais na folha de pagamento da educação. Em
Curvelândia (311 km a Oeste da Capital) os educadores iniciaram a paralisação
no dia 25 de abril. Segundo a secretária de finanças da subsede do Sintep/MT Ana
Paula de Carvalho Monez esta é a 1ª greve da categoria na cidade. Os 80
educadores da rede municipal cobram a implantação do piso salarial de R$ 1.251.
Atualmente o valor pago é de R$ 1.088 inicial para nível médio. Além disso os
trabalhadores reivindicam a inclusão dos técnicos e apoios administrativos ao
plano de cargos, carreiras e salários (PCCS). Nos
últimos dias foram realizadas manifestações e na próxima segunda-feira (6) a
categoria se reúne em Aassembleia Geral, às 8h, na Escola Municipal Carlos
Massom Netto, para decidir os rumos da paralisação. Os
profissionais da educação da rede municipal de Jangada (80 km ao Norte da
Capital) iniciaram greve segunda-feira (29). Os 86 educadores reivindicam a
aplicação do piso salarial de R$ 1.567. Hoje a Prefeitura paga o valor inicial
de R$ 570 para nível médio. O vice-presidente da subsede do Sintep/MT
João Batista Carvalho diz que o valor está aquém do previsto e as distorções
quanto à valorização dos profissionais da educação são históricas. "Em Jangada
tem a questão do coronelismo, apadrinhamento e os gestores não seguem o
estatuto de 2008".
Em 2009 a categoria realizou uma greve, mas pouco avançou no quesito
valorização. Os funcionários ainda reivindicam reestruturação dos prédios
escolares que estão com obras abandonadas. A cobertura da Escola Severiano
Vieira da Silva se arrasta há 4 anos. Por 2 vezes o governo federal enviou recursos,
mas até o momento os alunos estão sem local para desenvolver as atividades de
educação física. Os profissionais ainda aguardam pela entrega da nova creche na
cidade, que deverá atender a demanda reprimida.
Hoje pela manhã a categoria realizou uma passeata e prepara uma planilha com os
valores adequados de pagamentos dos profissionais para apresentar ao prefeito.
Com base na receita do município os educadores irão provar que é possível pagar
adequadamente todos os educadores.