Estrutura em Cuiabá durou 46 dias e marcou união de antigos e novos da luta

Na manhã desta sexta-feira (18) o acampamento de greve na Capital foi desmontado com o sentimento de vitória. Depois de 46 dias longe de casa, trabalhadores que estiveram acampados desde o dia 2 de setembro, contam que as malas retornam para casa mais pesadas. A união da categoria marcou a estrutura provisória montada na avenida Historiador Rubens de Mendonça e que colaborou em um dos maiores movimentos de greve da história do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT).
Sol, chuva, poeira, barulho, foram elementos que fizeram parte da história do acampamento de greve dos trabalhadores da rede estadual de Mato Grosso. As dificuldades passaram ainda pela falta de conforto e distância de casa, porém, não desanimaram os educadores de todo o Estado, que de forma persistente mantiveram um dos maiores acampamentos já realizados em paralisações.
cerca de 300 pessoas dormiram pelo menos 1 noite no acampamento.
Depois que a assembleia geral de quinta-feira (17) decidiu pela suspensão do movimento de greve, os primeiros dos 40 acampados permanentes no local, arrumaram as malas para pegar carona com as caravanas rumo ao interior. Os trabalhadores de diferentes cidades se abraçaram, agradeceram pelo apoio e emocionados afirmaram que a luta valeu as dificuldades enfrentadas.
Três pessoas foram definidas para a coordenação do acampamento pelo Sintep/MT e estiveram mais a frente das responsabilidades. Foram eles, o
secretário-adjunto de organização sindical do Sintep/MT Djalma Francisco de Sousa, conselheiro fiscal titular do Sintep/MT Silvio Sergio Paccini e o educador de Luciara, Jonas Ribeiro Alencar.
Djalma esteve a frente pela primeira vez de um acampamento de greve e conta que a experiência é acumulada à atividade sindical. No decorrer dos dias ele e os demais coordenadores receberam o apoio voluntário do auxiliar de Canabrava do Norte Juniel Alves Corrêa.
A cooperação fez parte da dinâmica da estrutura provisória, que marcou atos públicos, manifestações e pontos de reuniões do Sintep/MT. Para Djalma e Silvio o que mais marcou no acampamento foi a união entre antigos e novos trabalhadores da luta em Mato Grosso. Entre alterações climáticas, desânimos e cansaço, no final, todos retornaram recompensados e agradecidos pela convivência com os demais.


Confira o depoimento destes dois acampados:

Secretário-adjunto de organização sindical do Sintep/MT Djalma Francisco de Sousa (Canabrava do Norte )

"Como já tenho uma vida de militância no sindicato é uma experiência acumulada no dia-a-dia. Apesar de não ter sido coordenador de acampamento antes, já tinha acampado, mas sem assumir responsabilidades sobre banho, jantar...Graças a Deus a gente conseguiu com sucesso coordenar o acampamento de forma pacífica, tranquila. Tiveram alguns que não aguentaram, desistiram e foram embora.
A gente conheceu novos companheiros, que não tinham passado pela experiência e outros que já tinham noção de acampamento. Nesse período, a gente também recebeu elogio e apoio da sociedade que passava pelo acampamento.
Tivemos que enfrentar as mudanças climáticas. Uma hora era calor, depois queda de temperatura, chuva com vento. Mas, no final deu certo. Hoje pela manhã desmanchamos o acampamento e agora é tocar a vida normal, descansar e trabalhar."

Conselheiro fiscal titular do Sintep/MT Silvio Sergio Paccini (Denise)

"Esse é o terceiro acampamento meu, a experiência que acontece é a socialização com os novos companheiros e sempre tem novidades. Cada acampamento é como um novo dia, seja na estrutura ou na condução política. Antes já havíamos feito no monumento Ulisses Guimarães e na antiga Assembleia Legislativa em Cuiabá.
As maiores dificuldades foram com o tempo, com chuva, a falta de conforto, que não dá para proporcionar como a casa da gente e alguns da sociedade que xingavam a gente. Mas, não vejo isso como dificuldade e sim enfrentamento.
O importante mesmo foi a união de todos os acampados, que pelos menos 40% se estabeleceram desde o início. Vimos a união principalmente nos novos companheiros que estavam ali na luta. Esse foi um fator muito importante. Foi por esse envolvimento que podemos medir a força que a educação em Mato Grosso teve nestes 67 dias de greve."

Foto: Silvia Marques
Cuiabá, MT - 18/10/2013 00:00:00


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