Na próxima quarta-feira (11/11), cerca de 1500 educadores de todo o Brasil, representando os sindicatos filiados à Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), participam de manifestação, em Brasília, em defesa da educação pública de qualidade.
O Ato de Ocupação do Congresso Nacional começa às 9h da manhã, em uma tenda instalada no gramado da Esplanada dos Ministérios. "Das 10h às 13h os manifestantes serão divididos em grupos para entrar no Senado e na Câmara e visitar gabinetes dos parlamentares. Os educadores entregarão o material com a posição política da CNTE sobre a pauta da manifestação. Tudo de forma pacífica”, explica a secretária geral Marta Vanelli.
Para o presidente da CNTE, Roberto Leão, este ato é muito importante para mostrar aos deputados e senadores que os educadores brasileiros são contra alterações na lei da partilha do petróleo e outras leis que são prejudiciais à educação, como o projeto “Escola sem partido”:
“É um absurdo você dizer que não pode ter discussão política na escola, impedir a escola de organizar um debate. Os jovens precisam saber o que é participar na construção do País, prestando suas opiniões, aprendendo a construir posições políticas a respeito dos mais diversos temas. É um processo de inquisição nas escolas, um retrocesso na democracia brasileira”, explica Leão, que reforça: “As pautas são muitas e urgentes. O maior problema da educação é a valorização dos seus profissionais. Enquanto isso não acontecer, nós não teremos educação de qualidade”.
Às 14h, começa passeata dos trabalhadores em educação em direção ao MEC para entrega oficial da proposta os educadores para o Piso Salarial Profissional Nacional e as Diretrizes Nacionais para os Planos de Carreira dos Profissionais da Educação Pública ao Executivo, encerrando o protesto:  "Esperamos que o Poder Executivo transforme nossa proposta em Projeto de Lei e mande para o Congresso Nacional, porque isso precisa ser aprovado até junho do ano que vem, segundo prazo do PNE", lembrou Marta Vanelli.

Pautas da manifestação:

1.    Pela manutenção do critério de reajuste do piso do magistério de acordo com a Lei 11.738;

Em 16 de julho de 2008 foi sancionada a Lei n° 11.738, que instituiu o piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica, regulamentando disposição constitucional. Atualmente o piso do magistério é R$ 1.917,78. O critério de reajuste do piso é a variação entre o valor aluno/ano dos anos iniciais do ensino fundamental urbano do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) nos dois anos anteriores. Entretanto, o MEC tem considerado não os valores efetivamente consolidados do Fundeb, mas as últimas estimativas de receita do Fundo nos dois anos anteriores.
Pela instituição do piso salarial e das diretrizes nacionais de carreira para todos os profissionais da educação, com entrega dos anteprojetos de lei da CNTE ao Poder Executivo;
Durante a 2ª Plenária Intercongressual da CNTE, no mês de agosto, em Brasília, as propostas de projetos de lei para o Piso Salarial Profissional Nacional e as Diretrizes Nacionais para os Planos de Carreira dos Profissionais da Educação Pública Escolar foram aprovadas pelos educadores. Os textos foram discutidos com cerca de 500 representantes de sindicatos de educação de todo o País.
Um dos projetos institui o piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação pública de nível básico a partir da regulamentação do artigo 206 da Constituição Federal. A outra proposta estabelece as diretrizes mínimas para os planos de carreira dos profissionais da educação básica pública, nas redes de ensino da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

3.       Contra a Lei da Mordaça – PL 867/2015;

O Projeto de Lei 867/2015, de autoria do deputado Izalci (PSDB-DF), inclui, entre as diretrizes e bases da educação nacional (LDB), o "Programa Escola sem Partido". O projeto é inspirado nas ideias de Miguel Nagib, fundador da ONG Escola sem partido e elimina a concepção paulo-freiriana de transmissão do conhecimento, na qual o objetivo da educação é conscientizar e ensinar o estudante a ler o mundo para poder transformá-lo.  A proposta institui a mordaça, retirando a liberdade do professor de ensinar e o direito do aluno de aprender, ao sugerir a censura prévia de conteúdos, a fiscalização do professor e a humilhação pública, através da fixação de cartaz que explicita a cassação de sua liberdade de ensinar, além da responsabilização pela ação de terceiros em sala de aula e a possibilidade de processos civis por danos morais e punições administrativas como forma de coagir docentes.

4.       Contra a Terceirização – PL 4.330/04 e PLC 30/15;

O Projeto de Lei nº 4.330/2004 propõe a liberalização da terceirização para qualquer área, atividade ou setor produtivo das empresas. A flexibilização da lei trabalhista representa o fim do emprego formal, já que todos os setores da economia podem escolher contratar trabalhadores terceirizados, aos quais não se aplicam acordos nem convenções coletivas.

5.       Pela aprovação da Lei de Responsabilidade Educacional – PL 8.039/10;

A lei vai fixar padrões de qualidade para a educação e punição para os gestores públicos que descumprirem as regras.

6.      Pela aprovação do PL 2.142/2011, que autoriza os IFES a ofertarem cursos do Profuncionário e similares;

Altera a Lei nº 11.892/2018, para incluir os cursos de formação de profissionais da educação em nível médio e superior entre os objetivos dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia.
Contra o PL 6.726/13 e o PLS 131/15, que reduzem os recursos dos royalties do petróleo e do Fundo Social para a educação e a saúde
O texto do PL 6726/2013 dispõe sobre a exploração e a produção de petróleo, de gás natural e de outros hidrocarbonetos fluidos, sob o regime de concessão, em áreas do pré-sal e em áreas estratégicas, sendo contrário à Lei da Partilha, que instituiu o Fundo Social e destinou recursos para a educação e a saúde através da Lei 12.858. A proposta quer, ainda, mudar em definitivo o regime de exploração na camada Pré-sal, substituindo a partilha pelo regime de concessão, no qual o Estado apenas recebe o pagamento de royalties sem deter a propriedade de parte do petróleo em acréscimo aos royalties e a outros bônus previstos na partilha.
O PL 131/2013, do Senador José Serra, pretende retirar a exclusividade da Petrobras nas operações de exploração do Pré-sal. O controle da exploração do petróleo e gás seria transferido da Petrobras para empresas privadas multinacionais, o que impõe menos arrecadação ao Fundo Social da União e, em consequência, para a educação e a saúde.
SERVIÇO

DIA: 11/11/2015

MANHÃ: Ato no Congresso Nacional – 10h

TARDE: Passeata até o MEC – 14h

 Informações para a imprensa - CNTE:

Cuiabá, MT - 10/11/2015 16:46:15


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