O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) encerrou os trabalhos de 2017, com a realização de uma análise de conjuntura durante o Conselho de Representantes, neste sábado (16/12). O palestrante convidado professor doutor Marcos Caron, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) falou sobre “as contradições do golpe anunciado”.

Na mesa de debates também estiveram o presidente do Sintep/MT, Henrique Lopes do Nascimento, e o secretário de redes municipais, Alex Ferreira. Ambos traçaram a necessária resistência para reverter em 2018 o golpe federal e estadual, no projeto político da classe trabalhadora.

Caron trouxe fatos que revelaram a disputa que antecedeu o golpe de 2016. Uma batalha que segundo ele, não foi traçada apenas contra o governo Lula ou Dilma, mas contra o projeto político. Apresentou a construção do golpe a partir da temática corrupção, inserida midiaticamente com a Operação Lava Jato e seguida pelo déficit no tesouro, “os larápios que se instalaram com o golpe” definiram como vilões a Previdência, Saúde e Educação, montam a agenda de reformas que privatiza o estado brasileiro.

A grande contradição, conforme Caron, está no fato de que ao penalizar a população brasileira, economicamente não apresentaram moeda de troca, como em outros momentos da história. Citou Getúlio Vargas, que deu o golpe mas fez a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Os Militares deram o golpe, mas instituíram o Mobral, a aposentadoria rural e não mexeram nos direitos trabalhistas. O golpe de Temer não teve nada a mostrar à população. “Ele inverteu a lógica, mesmo impopular continua, ou seja, a saída da humanidade é ter governos ilegítimos e impopulares. Nem Freud explica”, disse.

O palestrante destacou, ao abordar resistência, uma nova frente de luta composta pelos estudantes. “Os alunos do ensino médio da escola pública – responsáveis por 15% das matrículas nas universidade públicas, após as políticas das cotas na educação – são a massa de opinião crítica no campo intelectualizado e terão que tomar a consciência, de que querem entregar para eles um país pior do que o que nós temos”, destacou.

Análise estadual

Henrique Lopes traçou os pontos do golpe a partir das conquistas consolidadas pelas políticas públicas implementadas nos últimos 15 anos, inclusive com aumento de receita para a Educação, e que foram atacadas pelo governo corrupto. “O cenário político macro tem como objetivo o desmonte do papel do estado deixando para a iniciativa privada a responsabilidade com políticas sociais”, destacou. Com isso, lembrou, que jogaram por terra os avanços sociais cortando valorização profissional, ampliação da titulação (mestre e doutores) dos/as educadores/as e até mesmo o acesso à universidade.

Para o presidente, 2018 será poderá ser o ano da virada, quando por meio das eleições gerais no país a sociedade poderá fazer a escolha sobre qual projeto político quer implementado. Para a classe trabalhadora destaca que participar do processo eleitoral é fundamental para derrubar o projeto privatizante. Conforme Lopes, o processo eleitoral está logo ai, em janeiro, quando o projeto político popular estará sendo votado. Finaliza fazendo um questionamento aos educadores sobre “qual a escola que querem: A escola unitária de Gramsci ou essa imposta pela BNCC”?

Na sequência o secretário de rede municipais, Alex Ferreira, abordou o cenário de 2018 diante do governo de bases privatizantes e sustentada por parlamentares de maioria corrupta. Para Ferreira, retomar as políticas sociais que resgatem os direitos dos/as trabalhadores/as necessita ter no Congresso Nacional e Assembleia Estadual representantes que defendam os interesses da classe trabalhadora. “É preciso um olhar para o parlamento. “O golpe foi possível porque em 2014, mesmo perdendo o governo, o projeto privatista ganhou o parlamento”, destacou. 

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Assessoria/Sintep-MT

Cuiabá, MT - 16/12/2017 19:10:43


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