Depois da paralisação da madrugada de 8 de março, no Dia Internacional da Mulher, a frete ampla de mulheres pelo 8 M, se deslocou para a Praça Alencastro, no Centro de Cuiabá. Nessa segunda agenda, as manifestantes realizaram panfletagem, com material informando os motivos das manifestações e convocavam a todos para integrarem a luta comum, pelo respeito aos direitos.

A organização de mulheres, da qual o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) faz parte, junto com trabalhadoras do campo e da cidade, fez o alerta contra as práticas que perpetuam o feminicídio, sexismo, racismo, militarismo e todas as formas de violências individual e institucional.

“O enfrentamento não é tranquilo, são anos de patriarcado na formação de cada um e cada uma. Mas nosso papel é lutar, sem mobilização o resultado seria muito pior”, esclarece a militante Maria Antônia Martins dos Santos, que apoiava a distribuição do panfletos.
Unificação
O movimento de mulheres é mundial e se intensificou após a eleição de Donald Trump, nos Estados Unidos, passando pela mobilização “NI UNA MENOS”, na América Latina, quando o estupro e assassinato vitimou a estudante argentina Lucía Perez, em 2015. “Estamos mais uma vez numa mobilização revalidando o mote; Se não valorizam nossas vidas, que produzam sem nós”, esclareceu a vice-presidente do Sintep-MT, Jocilene Barboza, também presidente do Conselho Estadual de Direitos da Mulher.

Conforme Jocilene a frase é significativa não apenas no sentido da dimensão da violência, mas também sobre a mulher no mundo do trabalho. Os manifestos destacam fortemente a defesa dos direitos da mulher à democracia e a soberania. “São significativas diante das crescentes políticas que colocam em xeque o pouco que a sociedade havia avançado, em relação as diferenças de gênero”.

Outro foco da mobilização foi quanto ao direito ao corpo, fazendo menção direta a PEC 181 que regride em 100 anos as conquistas, especificamente em relação ao direito aborto em caso de estupro.  “Estamos com essas pautas, que são as que vivenciamos os maiores retrocessos no momento”, argumenta Jocilene.
Educação
Na educação, especificamente, a vice-presidenta destaca os impactos das políticas federais na vida das mulheres educadoras. Conforme ela, a violência se dá também na dimensão do trabalho, as reformas Trabalhistas, a terceirização, Emenda Constitucional nº 95 e a ameaça da Reforma da Previdência, não excluirá nem mesmo as trabalhadoras do serviço público, espaço em que era considerado menos da desigual, já que todos passam pelo concurso público. Nesse setor o aumento dos contratos precários, com a política de terceirização, o corte de investimentos terão impactos nas conquistas das carreiras e nas políticas sociais (saúde, educação entre outras).

A frente fez o alerta destacando o fato das mulheres serem as mais atingidas, quer seja na carreira da educação, em que são 80% da categoria, nos serviços públicos com a ausência de creches para deixar os/as filhos/as quando trabalham, assim como nas questões salariais. E, entre o segmento feminino, as mulher negra sofrem ainda mais, para elas os salários chegam a ser 40% menor do que o salário ganho por um homem na mesma função. 

“Precisamos ficar vigilantes também quanto a reforma da Previdência que penalizará ainda mais as mulheres na divisão sexual do trabalho, conferindo a elas, mais trabalho e menores salários. Lutamos por compartilhamento das tarefas domésticas afim de reduzir a jornada da semana e democratizar os cuidados com a família”, conclui a vice-presidenta do Sintep/MT.

Veja mais fotos no facebook do Sintep-MT

Manifesto das Mulheres

Cuiabá, MT - 08/03/2018 12:14:35


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