O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) participa nesta semana do processo de intermediação da desocupação do acampamento Padre José Tencante, em Jaciara. As famílias estão na área há dois anos e meio, por acordo com a Prefeitura, que agora conseguiu liminar para a retomada da posse da terra. Entre as garantias exigidas pelo Sintep/MT para que a saída ocorra tranquilamente está a garantia de transporte escolar para as cerca de 70 crianças que estão no acampamento e terão de ser realojadas com suas famílias.

 

Antes terra improdutiva, o acampamento é o meio de sustento de 400 famílias, que plantam alimentos como arroz e mandioca, além da criação de animais. Com o excedente da última produção, a comunidade doou duas toneladas de farinha de mandioca para famílias carentes nos municípios de Jaciara, Juscimeira e São Pedro da Cipa, mostrando que não só querem o próprio meio de subsistência, como também podem ajudar a sociedade.

 

O processo de desocupação, com ameaças de prisão e de agressões por parte da Polícia Militar, começou na segunda-feira (02.07), com fechamento das saídas do acampamento e proibição de entrada, até mesmo dos moradores, para a retirada dos móveis e animais. Durante a segunda e terça-feira o Sintep/MT participou das reuniões de mediação com a Prefeitura, para que sejam garantidos direitos como água, transporte das pessoas e dos barracos para o novo local, assim como terra produtiva (pois eles vivem do que plantam) e transporte escolar.

 

“Em um país com mais de 20 milhões de desempregados, desalojar famílias que estão provisoriamente nesse acampamento só irá piorar a situação dessas pessoas, que estão trabalhando, sendo produtivas e até dando retorno para a sociedade, com a doação de parte da produção. A responsabilidade é do Incra, de assentar essas famílias, mas é também da Prefeitura, que não está assegurando os direitos básicos delas ao pedir a reintegração de posse”, enfatiza a presidente do Sintep/MT, Jocilene Barboza.

 

Secretária de Políticas Educacionais do Sintep/MT e secretária-geral da Central Única dos Trabalhadores de Mato Grosso (CUT-MT), Guelda Andrade afirma que é preciso pensar nas famílias e nas crianças que estão sofrendo violência psicológica nesse processo. “Precisamos de uma saída estratégica, uma solução definitiva e não apenas levar as pessoas para um outro lugar e depois promover uma nova desocupação. Falta vontade política para resolver o problema e enquanto isso as famílias estão sendo ameaçadas e sob constante pressão psicológica”.

Assessoria Sintep/MT

Cuiabá, MT - 03/07/2018 15:14:35


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