O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) apontou problemas na proposta de Base Nacional Comum Curricular (BNCC) – etapas da Educação Infantil e Ensino Fundamental para o território de Mato Grosso, apresentada pela Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer (Seduc-MT), na sessão de ontem (09.10) do Conselho Estadual de Educação (CEE).

Na avaliação da conselheira Maria Luiza Zanirato, representante do Sintep/MT no CEE, o documento reproduz a versão do Ministério da Educação (MEC), aprovada como Resolução nº 02/2017 do Conselho Nacional de Educação, pois não traz o conteúdo regional da BNCC, o que seria o princípio da parte diversificada da Base.

Na manifestação, a conselheira pontuou que o documento reproduz a versão nacional “conteudista” ao enquadrar ano a ano o que os estudantes devem dominar, sem considerar a diversidade que se encontra na Escola Pública, principalmente. Traz, afirmou, a padronização do currículo, a formação instrumental e não integral dos estudantes. Sem contar que responsabiliza os professores e gestores pelos resultados.

Conferência

As contribuições públicas ao documento, feitas por meio do site da Seduc/MT, foram questionadas, pois a participação tem origem em opiniões a partir do olhar individual de quem se manifesta. Como exemplo, a conselheira citou a proposta de alfabetização em dois anos, que desrespeita os três anos fundamentados em conceitos e pesquisas que justificam não poder delimitar tempo para a pessoa se alfabetizar.

“As pessoas são diferentes e estão expostas a estímulos diversos na família, no meio social. Não concordamos com essa forma de proposição e defendemos a realização de Conferências para o debate democrático sobre currículo e organização curricular”, disse Maria Luiza.

A presidente do Sintep/MT, Jocilene Barboza, presente na apresentação, questionou os representantes do órgão central sobre quais são as expectativas com essa Base, e para que modelo de escola ela se constitui? Resolver os problemas da qualidade da educação pública, sem resolver outros elementos que pensam no contexto, não ofertará resultados. Segundo Jocilene, a proposta da BNCC integra um movimento mundial, que não chega para a democratização da Educação, mas para punição de gestores, educadores e para a meritocratização. 

Vários aspectos do documento foram ressaltados e deverão ser apreciados pelo Conselho Estadual de Educação. Entre eles, o destaque feito pela conselheira do Sintep/MT, quando afirmou que a proposta da Seduc não considera que no processo de aprendizagem o mais relevante é conhecer o estudante em todos os seus aspectos e, assim, o professor organiza o seu planejamento de ensino.

“O modelo de “caixinhas” da BNCC, para enquadrar as competências e habilidades nega a singularidade de cada criança ou adolescente, o que estávamos superando com o ciclo de formação humana”, conclui.

Assessoria/Sintep-MT

Cuiabá, MT - 10/10/2018 18:35:44


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