Apesar do estabelecimento de um termo de compromisso entre a subsede de Cláudia do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) e o prefeito Vilmar Giachini (PMDB), intermediado pelo deputado estadual Ságuas Moraes (PT), a situação continua a mesma no município. Após a reunião de conciliação, ocorrida na terça-feira (11), os profissionais da educação foram notificados da abertura de um processo individual contra cada um dos grevistas.

O gestor municipal se comprometeu a suspender o corte de pagamento da categoria imediatamente; restituir o pagamento de salário do mês de abril a todos os servidores; e suspender junto aos profissionais os processos de retaliação como demissão dos contratados temporariamente e abertura de processo administrativo dos efetivos em função do movimento grevista. "Mas ele fez exatamente o contrário, ou melhor, simplesmente ignorou o compromisso que assumiu em Cuiabá", protestou o diretor regional do polo Nortão III do Sintep/MT e vice-presidente da Câmara Municipal, Antônio Cândido da Silva.

Como o Poder Executivo não concretizou o termo firmado com a categoria, a greve, que completará dois meses no dia 17 de maio, não será encerrada. "Tentamos todas as formas de negociação, até o Ministério Público e a Justiça buscaram o diálogo, mas o prefeito tem se comportado de forma autoritária e irredutível", acrescentou o vereador. Para o presidente do Sintep/MT, Gilmar Soares Ferreira, a atitude do gestor demonstra a falta de compromisso com a Educação como um todo. "A paralisação continua por culpa dele, pois os trabalhadores sempre buscaram uma solução pacífica e justa".

Ameaças de morte - Não bastasse a falta de diálogo com a categoria, o prefeito de Cláudia passou a ameaçar os manifestantes. Acampados em frente ao órgão há cerca de dois meses, os profissionais da educação presenciaram pessoas ligadas à prefeitura incitando a violência. "Há uma tensão constante, e não temos o respaldo da segurança do município", resumiu o presidente da subsede do Sintep/MT, Edson Sauthier. "Em 2003, fui vítima de ameaças incisivas por ter sido eleito diretor das escolas, num processo unificado. Tive até uma arma apontada para minha cabeça e tentativa de atropelamento", complementou Antônio Cândido da Silva.

Tais acontecimentos levaram os diretores da entidade a solicitarem proteção policial à Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp-MT), também no dia 11 de maio. "Estou extremamente preocupado com isso, principalmente com as vidas dos trabalhadores da educação, que não recebem qualquer respeito do prefeito", frisou Gilmar Soares. A entidade tentou, mais uma vez, garantir a segurança da categoria levando o termo de compromisso assinado por Vilmar Giachini ao promotor de Justiça, Marcelo Ferra.

A elaboração do documento teve como testemunhas, além de Gilmar Soares Ferreira e Antônio Cândido da Silva, a secretária de Estado de Educação, Rosa Neide Sandes Almeida, o secretário adjunto de Recursos Humanos da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Paulo Oliveira, o presidente da Câmara Municipal de Cláudia, Roberto Dalmaso, e a secretária geral do Sintep/MT, Vânia Miranda.

Confira aqui o termo de compromisso na íntegra.

Cuiabá, MT - 13/05/2010 00:00:00


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