Moradores de Cláudia, município localizado a 608 km de Cuiabá, não entendem o tratamento diferenciado do Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPE/MT) àqueles que apoiam a greve dos trabalhadores da rede municipal de ensino frente ao impasse causado pela intransigência do Executivo Municipal.

"Eu participei, junto com outros pais de alunos, de uma reunião com a prefeitura, no mês passado, e nada foi resolvido", diz o pecuarista Paulo Campos Lima, que integra uma caravana que está em Cuiabá, na sede do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), em busca de uma solução para o problema.

A paralisação já dura 61 dias e o prefeito da cidade, Vilmar Giachini, insiste em descumprir os acordos firmados com a categoria. A exemplo de centenas de pais, Paulo Lima quer uma saída para o impasse. Após a reunião realizada com a prefeitura no início de abril, um grupo de sete pessoas decidiu, então, ir ao Fórum do município, mas apenas duas puderam participar da reunião com a promotora de Justiça da cidade, Ana Luiza Barbosa da Cunha. Os pais foram orientados a redigirem um manifesto em defesa do Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN) para que a greve terminasse.

O movimento de apoio ganhou força e foram colhidas cerca de 300 assinaturas. O documento foi protocolizado no dia 26 de abril, no MPE/MT, para que fosse encaminhado ao juiz de Direito Anderson Candiotto para anexar ao processo. "Mas isso não ocorreu", acrescentou Paulo Lima. Eles retornaram ao Fórum, no dia 07 de maio, e o documento ainda não havia sido encaminhado ao juiz. "O fato é que somente após a cobrança dos pais, o documento saiu do Ministério Público", protesta.

Por outro lado, um manifesto assinado por aliados do prefeito já estava anexado ao processo, apesar de ter sido protocolizado depois do dia 26 de abril. "É uma situação lamentável, que abre brechas para que ações intransigentes do prefeito prejudiquem os trabalhadores da educação", pontua o presidente do Sintep/MT, Gilmar Soares Ferreira. Segundo ele, Cláudia é um dos municípios onde a atuação do MPE/MT tem sido tímida. "O que está acontecendo lá não representa a realidade de muitas outras cidades do Estado, onde o Ministério Público intervém a contento", pondera.

Cuiabá, MT - 18/05/2010 00:00:00


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