Educadores defendem currículo o ensino aprendizagem humanizados como desafios no pós-pandemia

“Organização Curricular e Avaliação da Aprendizagem frente aos Desafios da Pandemia”, tema de encerramento dos quatro dias de debates do XI Encontro Estadual do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), apresentou as ameaças da política neoliberal sobre o currículo e ensino e aprendizagem.

Os dois palestrantes convidados, a professora doutora Ozerina Victor de Oliveira, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), e o professor doutor, Luiz Carlos de Freitas, da Universidade de Campinas (UNICAMP), trouxeram abordagens diferentes em suas análises, mas complementares. A professora fez uma avaliação teórica sobre os ataques ao currículo pelas políticas privatistas e desumanizadas. Enquanto Freitas, tratou dos desafios por mais investimentos no pós-pandemia, para garantir a aprendizagem e os estudantes nas escolas.

A professora Ozerina citou os ataques recorrentes ao currículo nos últimos 5 anos, com a nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e mais recentemente com o que classificou como movimento neofacista, que retira do currículo o reconhecimento das minorias sociais, como mulheres, negros, e que desconhece diferenças, na sociedade. Uma contraposição ao currículo como prática de significação (carga horária e disciplina), com foco na formação humana. 

A professora destacou a flexibilização curricular nos tempos de trabalho remoto, e o surgimento do tempo performático na educação, em que o tempo do trabalho e o tempo de casa se misturam, diuturnamente. Com isso, questiona que política de currículo se pratica? A educadora faz a defesa da autonomia docente como princípio da organização curricular. “O currículo como política cultural em movimento por seres humanos e pela sociedade. Se estou atuando com currículo estou atuando com a humanização. Currículo é vida”.

Desafios

O professor Luiz Carlos fez o alerta sobre o aumento da desigualdade social e educacional na pandemia e o compromisso dos profissionais da educação para definirem o que chamou de prioridades para o pós- pandemia: resgate dos estudantes; recuperação da aprendizagem.  E para assegurar a formação, os governos terão que garantir mais investimentos.

Conforme Luiz Carlos de Freitas será necessário um processo de rastreamento das crianças e jovens, afim de reduzir a evasão. Destacou a importância das aulas remotas como instrumento para manter o vínculo com os estudantes. No quesito aprendizagem ressaltou a necessidade de planejamento, com redução de turmas por salas, repasse apenas do conteúdo essencial, e refazer o calendário para assegurar a aprendizagem e recuperar deficiências nos próximos anos 2021-2022.

Para além dos investimentos necessários, que não se referem a compra de plataformas tecnológicas, é fundamental que os profissionais pensem na avaliação não a oficial (provas, chamada oral). É preciso acolher e avaliar com juízo de valor sobre esse aluno e suas dificuldades (familiares, estruturais e individuais) vividas no período de pandemia. ”Será preciso mais acolhimento”, destacou.

Assessoria/Sintep-MT

Cuiabá, MT - 09/11/2020 17:45:08


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